segunda-feira, 21 de março de 2011

Dietrich Bonhoeffer (1906-1945)

Pastor luterano e mártir, nasceu em Breslau, Alemanha, em 4 de Fevereiro 1906, filho de um psiquiatra de classe média alta. Quando jovem decidiu-se seguir a carreira pastoral na Igreja Luterana. Doutorou-se em teologia na Universidade de Berlim e fez um ano de estudos no Union Theological Seminary, em Nova York.

Nos anos de 1929 a 1930 trabalhou como assistente pastoral numa congregação evangélica na Espanha. Durante esta época viajou por alguns países de língua latina como México e Cuba. Retornou a Alemanha em 1931 e foi ordenado pastor.

Bonhoeffer foi um dos mentores e signatários da “Declaração de Bremen”, quando em 1934 diversos pastores luteranos e reformados, formaram a “Bekennende Kirche”, Igreja Confessional, rejeitando desafiadoramente o nazismo: “Jesus Cristo, e não homem algum ou o Estado, é o nosso único Salvador”.Sua resistência sistemática ao Nacional Socialismo de Hitler fez de Bonhoeffer um líder e advogado em defesa dos cidadãos judeus. O discurso fez-se ação quando ele ajuda e organiza fuga de judeus para a Suíça.

A partir de 1934, já perseguido, exerce clandestinamente seu ministério na Alemanha, até ser preso em 1943 acusado de envolvimento num plano para assassinar Hitler.

Amou a igreja do seu tempo, sofreu com ela e por ela, mas também participou ativamente do destino da sua pátria. Quando viu que a sua igreja silenciou diante de tanta injustiça; que os cristãos não levantaram suas vozes em favor “dos irmãos mais fracos e indefesos de Jesus Cristo – os judeus e os 200 mil considerados indignos de viver: os deficientes físicos e mentais, os ciganos, homossexuais e testemunhas de Jeová – levados para os campos de extermínio”, não calou e nem desistiu mesmo sabendo o risco que iria correr se fosse adiante pela causa.

Levado de uma prisão para outra, em 9 de Abril de 1945, três semanas antes que as tropas aliadas libertassem o campo, foi enforcado, junto com seu irmão Klaus, e cunhados Hans von Dohnanyi e Rüdiger Schleicher, no campo de prisioneiros de Flossenburg, Alemanha.

Consciente que o discípulo não está acima do seu mestre e nem o servo acima do seu senhor, não se conformou em ser um cúmplice dos crimes praticados pelo seu próprio povo, pagando assim um alto preço, o martírio aos 39 anos de idade.

Suas cartas da prisão são um exemplo de martírio e também um tesouro para a Teologia Cristã do século XX.

Sua obra mais famosa, escrita no período de ascensão do nazismo foi “Discipulado” (Nachfolge) na qual desenvolve a polêmica acerca da teologia da graça, fundamento da obra de Lutero. O livro opõe-se a ênfase dada à “justificação pela graça sem obras da lei”, afirmando que a graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja. A nossa luta trava-se hoje em torno da graça preciosa que é um tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende tudo que tem (…) o chamado de Jesus Cristo, ao ouvir do qual o discípulo larga suas redes e segue (…) o dom pelo qual se tem que orar, a porta a qual se tem que bater. Destas linhas já se denota o profundo “fazer teológico poético” que tanto caracteriza a obra de Bonhoeffer.

A Igreja é Cristo existindo em forma de comunidade”. Bonhoeffer

“…a benção inclui a cruz, e a cruz inclui a benção”. Cartas da Prisão

Livros de sua autoria publicados no Brasil

•Ética, Editora Sinodal, 2005
•Discipulado, Editora Sinodal, 2004
•Resistência e Submissão: Cartas e Anotações Escritas na Prisão, Editora Sinodal, 2003
•Tentação, Editora Sinodal, 2003
•Vida em comunhão, Editora Sinodal, 1986
•Orando com Salmos, Editora Encontro, 1995

Filmes

•Bonhoeffer: O Agente da Graça, Comev, 1999


Livros sobre Bonhoeffer publicados no Brasil

•Dietrich Bonhoeffer: cristianismo e testemunho, Ir. Miriam Cunha Sobrinha, Editora Edusc, 2006
•Dietrich Bonhoeffer: Vida e Pensamento, Werner Milstein, Editora Sinodal, 2006
•Bonhoeffer: o mártir, Craig J. Slane, Editora Vida, 2007.

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