terça-feira, 29 de junho de 2010

Pode uma pessoa se batizar nas águas mais de uma vez?

Pode uma pessoa se batizar nas águas mais de uma vez?
Caso ela se batize e depois, venha a se desviar?


“Há um só senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, que age por meio de todos e está presente em todos” (Ef 4,5-6). “Pois todos fomos batizados num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, quer escravos ou livres. E todos bebemos de um só Espírito.” (I Cor 12,13)



Pelo Batismo nascemos para a vida da graça; pela Confissão dos pecados recuperamo-la, se tivermos a infelicidade de perdê-la.

Portanto, não há necessidade de um novo batismo, mas sim confissão (pedir perdão dos pecados) e renovação dos votos desse batismo.

* A Igreja reconhece como válido qualquer batismo com água feito em nome da Santíssima Trindade.
* Pessoas de qualquer idade podem ser batizadas, desde que não tenham ainda sido batizadas.
* A Igreja Cristã não pratica o rebatismo.
Alexandre Mello

domingo, 27 de junho de 2010

Pronunciamento da Igreja Metodista sobre o Batismo Infantil

Em nossa Igreja as nossas crianças são antes de tudo crianças do Senhor. Participam da Palavra, do Culto, da Nova Vida em Jesus e da Ceia do Senhor, a refeição sagrada.

Pais, mães, avós, família, padrinhos, professores das classes de crianças da Escola Dominical participam da tarefa de ensinar às crianças sobre o amor de Deus, o culto e também sobre a Ceia do Senhor.

Crianças participam do culto, da graça salvadora, da Ceia do Senhor e da Salvação. Aleluia!!!

O culto ao Senhor é tarefa de todo o povo de Deus. Das crianças vem o perfeito louvor.

Os nossos filhos e filhas são criados no temor e no amor do Senhor. São herança do Senhor!

O Deus que chama todos os povos para a sua graça e salvação, também chamou as crianças: "Não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus", disse o Salvador Jesus.

O altar do Senhor é lugar para as crianças. Para receberem oração. Para orarem. A oração é tarefa de todo o povo de Deus.

As crianças junto dos adultos recebem as crianças que vão ser batizadas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Para nós metodistas o batismo substitui o rito da circuncisão estabelecida por Deus na Antiga Aliança. É o símbolo da Aliança na qual Deus nos chama para participar. O Batismo é consagração dos filhos(as) ao Senhor. É o sinal de que nossos filhos(as) pertencem ao Senhor e como pais e mães cristãos não admitimos outro caminho para nossos filhos que não seja o Evangelho de Jesus.


Fonte: http://www.metodistavilaisabel.org.br

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O batismo cristão



O batismo implica normalmente na imersão total (At 8,38) ou, se não for possível, ao menos uma aspersão ou derramamento de água sobre a cabeça, tal como nostestemunha Didaquê 7,3, o livro de ensinamentos dos Apóstolos. São Paulo, em várias de suas cartas fala e aprofunda o significado do batismo. Por exemplo, nos diz que a imersão na água representa a morte e sepultura de Cristo, a saída da água simboliza a ressurreição e união com Ele. O Batismo faz com que o corpo morra como instrumento do pecado (Rm 6,6) e o fazparticipar da vida para Deus em Cristo (Rm 6,11).

O batismo é, portanto, um sacramento Pascual, uma comunhão com a páscoa de Cristo; o batizado morre ao pecado e vive para Deus em Cristo (Rm 6,11), vive a mesma vida de Cristo (Gal 2,20). Assim, a transformação realizada é radical. O despojo e morte da antiga criatura e revestimento da nova criatura. Nova criação da imagem de Deus.

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“Há um só senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, que age por meio de todos e está presente em todos” (Ef 4,5-6)




1 - O que significa a palavra “Batismo”?

O nome “batismo” deriva do verbo grego baptizein, que significa “submergir, lavar”. O batismo é, portanto, uma imersão ou uma ablução.

2 – Qual é o simbolismo da água no rito do batismo?

A água tem um papel simbólico como um sinal de purificação em todas as religiões. Vejamos brevemente o simbolismo da água na Bíblia.
No Antigo Testamento, o dilúvio e a passagem pelo Mar Vermelho foram interpretados mais tarde como prefigurações do batismo. Impõem-se leis de ablução rituais que purificam e capacitam para o culto. Os profetas anunciam uma efusão de água purificadora do pecado.
Um pouco antes da vinda de Jesus, os rabinos batizaram os prosélitos, de origem pagã que se juntavam ao povo judeu. Parece que alguns consideravam este batismo tão necessário quanto a circuncisão.

O batismo de João é um batismo único, conferido no deserto com vista ao arrependimento e ao perdão (Mc 1,4). Comporta a confissão dos pecados e um esforço de conversão definitiva, expressada no rito (Mt 3,6). João insiste na pureza moral, mas estabelece apenas uma celebração provisória, que é um batismo de água, preparatório para o batismo messiânico do Espírito Santo e no fogo (Mt 3,11),purificação suprema.

O batismo de Jesus. Jesus, ao apresentar-se para receber o batismo de João, se submete à vontade de seu Pai e se situa humildemente entre os pecadores. É o cordeiro de Deus que toma para si os pecados do mundo (Jo 1,29.36). O batismo de Jesus por João é corado pela descida do Espírito Santo e a proclamação pelo Pai celestial, de sua filiação divina. É também o anúncio do pentecostes, que inaugura o batismo no Espírito, para a Igreja (At 1,15;11,16) e para todos que entrem nela (Ef 5,25-32; Tt 3,5ss). O reconhecimento de Jesus como Filho anuncia a filiação adotiva dos crentes, participação em Jesus e como conseqüência do dom do Espírito (Gal 4,6).

3 – O que é um sacramento?

Os sacramentos são sinais externos visíveis instituídos por Jesus Cristo para conferir a graça santificante, que Deus nos concede para alcançar a vida eterna. A graça é um favor de Deus gratuito que ilumina nossas mentes e fortalece nossas vontades para realizar o bem.

4 – Qual é o sacramento mais importante?

O sacramento do Batismo.

5 – O que é o Batismo?

É o sacramento da regeneração divina.

6 – Quais outros efeitos o Batismo produz em nós?

Deus nos adota como seus filhos.
Nos incorpora ao corpo místico de Cristo, que é a Igreja.
Nos incorpora ao Povo de Deus.
Nos faz herdeiros do reino dos céus.
Ficamos livres de todos os pecados que pudéssemos ter ao ser batizados.
Depois do batismo, somos como um templo, onde Deus habita. O Pai, o Filho e o Espírito Santo estão no coração daquele que recebeu o batismo e mora nele.

7 – Quais são os sinais externos mais importantes do Batismo?

A água, com seu simbolismo purificador.
A tripla imersão ou ablução da água, pronunciando a fórmula trinitária.


8 – O que é necessário para ser batizado ou para batizar uma criança?

É necessário:
· renunciar ao mal;
· arrepender-se dos pecados;
· aceitar a Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

Além disto, fazemos um “pacto batismal” ou promessa:

· professamos a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e na Igreja;
· estudamos os ensinamentos da Igreja; acompanhamos a Eucaristia; rezamos;
· resistimos ao mal e nos arrependemos do pecado se caímos nele;
· proclamamos o evangelho em palavra e ação;
· servimos a Cristo em todas as pessoas;
· lutamos pela justiça e paz entre todos os povos.

Devemos repetir estas promessas freqüentemente para não nos esquecermos de nosso compromisso cristão.

9 – Como uma criança pode realizar tudo isso?

Pelo Batismo, os batizados formam a família cristã, que é a Igreja, e o corpo místico de Cristo. Em nome de Cristo e da Igreja, os pais e padrinhos (padrinhos nos casos da igreja Luterana, Anglicana, Metodista Antiga/Tradicional ou Católica) prometem educar a criança na fé que eles professam. Caso estas pessoas falhem neste compromisso, toda a Igreja deve responder ante esta obrigação. Isto se encontra implícito na pergunta que se faz à congregação: “Vocês, testemunhos destes votos, farão tudo quanto possam para sustentar estas pessoas em sua vida em Cristo?”.

10 – Quem pode batizar?

O ministro apropriado para batizar é o bispo, mas em sua ausência, qualquer sacerdote. Em caso da falta do sacerdote, com permissão do bispo, um diácono pode batizar. E, em caso de emergência, qualquer pessoa pode batizar, derramando água sobre a cabeça e pronunciando a fórmula trinitária.

11 – Quais são os dias mais apropriados para batizar?

Os dias mais apropriados para batizar são: a Vigília Pascual e o dia de Páscoa, o dia de Pentecostes. Quando há muita demanda pelo batismo, poderá batizar-se uma vez ao mês. Fora do domingo, apenas em ocasiões muito especiais, assegurando-se de que sempre se realize durante a celebração e com a presença de vários fiéis.




“Pois todos fomos batizados num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, quer escravos ou livres. E todos bebemos de um só Espírito.” (I Cor 12,13)




Fonte: Site da ECUSA – Ministério Hispano http://www.iglesiaepiscopal.org

domingo, 20 de junho de 2010

A Santa Comunhão

Quando Nosso Senhor instituiu a Eucaristia antes de sua morte, fez quatro coisas e essas quatro ações ainda constituem os passos essenciais da Santa Comunhão:

• “Tomou o pão” (O ofertório)
O presbítero vai ao altar e recebe o pão e as ofertas em dinheiro dos representantes do povo de Deus. Toma-as e as apresenta a Deus, colocando-as sobre o altar. Hão de usar-se no sacramento e para a obra da Igreja, simbolizando também a oferenda de si mesmo que faz o povo de Deus em resposta ao amor de Deus revelado em Jesus Cristo.

• “Deu graças” (A consagração)
Seguindo o exemplo de Nosso Senhor, o presbítero dá graças ao Criador, Deus Pai e recorda a obra salvífica de seu Filho, Nosso Senhor. Pede também que o Espírito Santo santifique tanto a nós como ao pão e vinho, de maneira que sejam o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor e Salvador. A presença real de Cristo no Sacramento é a resposta à nossa oração, para que ele possa habitar em nós e nós nele.

• “...o partiu” (A partição)
Quando a grande súplica eucarística termina com o Pai Nosso, há um momento de silêncio, dando aos participantes uma oportunidade de refletir com recolhimento e alegria sobre o amor que Deus nos mostrou em Jesus Cristo. Após, o celebrante parte o pão bendito em preparação para que o recebamos e como símbolo do Corpo de Cristo quebrantado por nós na cruz. Então, citando as Escrituras, diz: “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado por nós” e o povo responde com alegria: “Celebramos a festa!” (I Cor. 5:7-8).

• “...o deu a seus discípulos” (A comunhão)
Quando tudo está pronto, o presbítero se volta para a congregação e a convida a receber o bendito sacramento, dizendo: “Os dons de Deus são para o povo de Deus”. Em seguida, cada um participa do ‘’Corpo de Cristo” e “do Cálice da Salvação” que nos nutrem espiritualmente e são um sinal visível da vida eterna.

Depois que todos tiverem comungado, diz-se uma oração de ação e graças e o bispo, quando presente no altar, ou o presbítero, dão a bênção. Logo após, um diácono diz uma das várias despedidas, a qual respondemos: “Demos graças a Deus (da Páscoa à quadra de Pentecostes se acrescenta: “Aleluia! Aleluia!”.


Encarnando a Cristo no mundo

A liturgia terminou, mas num certo sentido, a Eucaristia não terminou. A Eucaristia não é meramente o que os cristãos fazem ocasionalmente, mas sim o modo como vivem – em fidelidade, gratidão, alegria e em Cristo. O Corpo de Cristo (a Igreja), tendo se alimentado do Corpo de Cristo (o sacramento), sai agora para cumprir sua vocação de ser o Corpo de Cristo (o instrumento) no mundo: servindo assim, num certo sentido, como a continuação da encarnação e como instrumento nas mãos de Deus para o cumprimento do grande drama da redenção que começou há dois mil anos.



Este trabalho foi preparado pela comissão de liturgia da Diocese Ocidental de Massachusetts da Igreja Episcopal (ECUSA) e foi traduzido para o português por Norton A. Coll.

sábado, 19 de junho de 2010

SOMOS EVANGÉLICOS, MAS ELE ME ESPANCA

O soco no queixo que derrubou Tereza, 33 anos, sobre os armários da sala, também jogou-a nas estatísticas que contabilizam uma mulher agredida no Brasil a cada quinze segundos. Tereza não sabe disso, nem se importou em contar quanto tempo durou a primeira surra. A única coisa que lhe vinha á cabeça era um arrependimento uma frustração. Casada com Pedro e natural do Rio de Janeiro, ela havia se mudado para São Paulo acompanhado do marido, que buscava uma oportunidade de emprego na área de enfermagem. Evangélicos, freqüentadores de uma grande igreja pentecostal na zona leste da capital, ela achava que tudo iria se ajeitar. Foi quando viu seu marido conversando com uma desconhecida, que se sentava bem á vontade no capô do carro do casal. "Fui perguntar quem era e, como resposta recebi um soco", relembra. Além da agressão, ela foi trancada em casa e proibida de sair.

Era o início de um ciclo de violência de todos os tipos: físicas, psíquicas, morais e sexuais. Tereza teve forte depressão. “Não entendia porque isso estava acontecendo. Não tinha vontade de fazer mais nada”.
Já na igreja, tudo parecia ir muito bem. Atuante, Pedro é um dizimista fiel, serve a santa ceia, lidera o grupo de missões, participa dos encontros de coordenadores e é bem visto pela liderança. Mas em casa se transforma: humilha e agride a esposa. "Ele me obriga a praticar sexo oral e anal". Sei que isso não agrada a Deus. Não sei o que fazer. Se não faço, ele me ameaça", conta em meio às lágrimas.

Tanto o nome dela quanto o dele, assim como das demais vítimas que contam suas histórias nessa reportagem são fictícios. Uma exigência da justiça. Porém, suas histórias são dolorosamente verídicas. Afinal, longe de ser exceção, casos como de Tereza são comuns no Brasil. Os dados de um levantamento realizado pela Fundação Perseu Abramo em 2001 apontam para um número mínimo de 2,1 milhões de mulheres, uma já foi vítima de agressão doméstica.

Apesar de várias pesquisas, realizadas por organizações não governamentais (ONGs) que atuam na defesa do direito das mulheres, não mensurarem a religião das vítimas, é inegável que muitas famílias, dentro da Igreja Evangélica, vivem este drama. Prova disso é a CASA DE ISABEL, um Centro de Apoio a Mulheres Vítimas de Violência, localizada no Bairro do Itaim Paulista, Zona Leste da Cidade de São Paulo, que é dirigida pela pesquisadora Dr. Sônia Regina Maurelli, 45. "Posso dizer que mais de 90% das mulheres que procuram a Casa de Isabel são evangélicas. Na grande maioria, membros de Igrejas Pentecostais", revela a pesquisadora, que também freqüenta uma Igreja Pentecostal, cujo nome não quis revelar.
Ela é enfática ao analisar a importância que as igrejas protestantes dão ao problema da violência contra a mulher.

"Nenhuma. As igrejas, com raras exceções, não dão importância a essa questão", critica.

Sonia acredita que os métodos usados por evangélicos para trabalhar nos relacionamentos, como os populares encontros de casais, são pouco eficazes na diminuição do problema. “Se fosse assim, não haveria tantas mulheres crentes aqui”. Para ela, é preciso abrir um espaço nas igrejas, em que temas que envolvam a família possam ser discutidos. “É necessário uma mudança radical. É preciso criar reuniões, em que as famílias possam abrir seus problemas. Um fim de semana viajando não resolve”.

Nas dissidências da Casa de Isabel, é fácil encontrar grupos de mulheres com a bíblia aberta, senhoras murmurando corinhos cristãos e até mesmo a música no rádio da recepção, tocando canções evangélicas. “Toda nossa diretoria é evangélica e a maioria das funcionárias também”, explica à dirigente, que considera seu trabalho, uma espécie de ministério.

E realmente não difere muito é na sala de Sônia que chegam histórias como de Joana, 28. Desde criança, ela carregou uma terrível herança: foi vitima de abuso sexual de seu pai biológico. “Até hoje tenho pesadelos com isso”, conta, muito emocionada. Quando casou com André, achou que o ciclo de violência havia cessado. Evangélico, membro de uma igreja neopentecostal, ele parecia um modelo de marido e pai. Tiveram cinco filhos. Mas o relacionamento começou a se complicar e Joana passou a dormir na casa dos fundos á sua, onde morava sua mãe. Uma noite, ouvi seu bebê chorar-ele dormia com os demais filhos do casal e o pai. “Fiquei muito preocupada, mas meu marido dizia que eu estava louca e que não devia incomodá-lo”. Dias depois, sua filha de cinco anos contou que o pai a assediava e também molestava o bebê a noite. O mundo de Joana desabou. “Não entendo como ele pôde fazer isso. Ele disse que era doente, me pediu perdão. Mas eu o expulsei de casa”.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O maior crime da história e o maior gesto de amor do mundo

O processo que culminou na sentença da morte de Jesus estava eivado de muitos e gritantes erros. As autoridades judaicas tropeçaram nas suas próprias leis e atropelaram todo o processo no mais importante julgamento do mundo. Tanto a sua prisão no Getsêmani como seu interrogatório diante do sinédrio revelaram grandes deficiências na condução do processo.

Na verdade as autoridades já haviam decidido matar Jesus antes mesmo de interrogá-lo (Mc 14.1; Jo 11.47-53). Eles haviam decidido fazer isto depois da Festa da Páscoa, para evitarem uma revolta popular (Mc 14.2). A atitude de Judas de entregar a Jesus, porém, adiantou o intento deles (Mc 14.10,11). O processo, assim, não passou de um simulacro de justiça desde o princípio até o fim, pois não tinha outra finalidade que a de dar uma aparência de legalidade ao crime já predeterminado.

Suas leis não permitiam um prisioneiro ser interrogado pelo sinédrio à noite. No dia antes de sábado ou de uma festa, todas as sessões estavam proibidas. Nenhuma pessoa podia ser condenada senão por meio do testemunho de duas outras testemunhas, mas eles contrataram testemunhas falsas. O anúncio de uma pena de morte só podia ser feito um dia depois do processo. Nenhuma condenação podia ser executada no mesmo dia, mas eles sentenciaram Jesus à morte durante a noite e logo cedo o levaram a Pilatos para que este lavrasse sua pena de morte. A reunião do sinédrio que sentenciou Jesus à morte foi ilegal uma vez que foi à noite e o método usado também foi ilegal, visto que eles ouviram apenas testemunhas contra Jesus.

Jesus passou por dois julgamentos: um eclesiástico e outro civil; o primeiro aconteceu nas mãos dos judeus, o segundo, nas mãos dos romanos. No tribunal judaico apresentou-se uma acusação teológica contra Jesus: Blasfêmia. No tribunal romano, a acusação era política: Sedição. Os judeus o acusaram por se identificar como Filho de Deus e os romanos o acusaram por se identificar como Rei dos judeus. Assim, acusaram Jesus de delito contra Deus e contra César. Tanto no tribunal judaico como no romano, seguiu-se certo procedimento legal: 1) A vítima foi presa; 2) a vítima foi acusada e examinada; 3) chamaram-se testemunhas; 4) então, o juiz deu o seu veredicto e pronunciou a sentença. Mas Jesus não era culpado das acusações; as testemunhas eram falsas e por isso, a sentença de morte foi um horrendo erro judicial.

Tanto o julgamento judaico quanto o romano tiveram três estágios. O julgamento judaico foi aberto por Anás, o antigo sumo sacerdote (Jo 18.13-24). Em seguida Jesus foi levado ao tribunal pleno para ouvir as testemunhas (Mc 14.53-65), e então na sessão matutina do dia seguinte para o voto final de condenação (Mc 15.1). Jesus foi então enviado a Pilatos (Mc 15.1-5; Jo 18.28-38), que o enviou a Herodes (Lc 23.6-12), que o mandou de volta a Pilatos (Mc 15.6-15; Jo 18.39-19.6). Pilatos atendeu o clamor da multidão e entregou Jesus para ser crucificado.

É importante ressaltar, porém, que Jesus foi para a cruz não apenas porque os judeus o entregaram por inveja, ou porque Judas o traiu por dinheiro nem mesmo porque Pilatos o condenou por covardia. Cristo foi para a cruzporque o Pai o entregou por amor. Cristo foi para cruz porque ele se entregou a si mesmo por nós voluntariamente, não levando em conta a ignomínia da cruz pela alegria que lhe estava proposta, a alegria de conquistar-nos com seu amor e salvar-nos por sua graça.


Autor: Rev. Hernandes Dias Lopes, natural de Nova Venécia-ES. Casado com Udemilta Pimentel Lopes, pai de Thiago e Mariana.
*Fez o seu curso de Bacharel em Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas-SP no período de 1978 a 1981 e o seu Doutorado em Ministério no Reformed Theological Seminary, em Jackson, Mississippi, nos Estados Unidos no período de 2000 a 2001.
*Foi pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Bragança Paulista no período de 1982 a 1984 e desde 1985 é o pastor titular da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória-IPB.
*É conferencista e escritor, com mais de 70 obras disponíveis neste site.
*Site: http://hernandesdiaslopes.com.br

terça-feira, 15 de junho de 2010

Mulheres evangélicas, agredidas em nome de Deus, pedem ajuda

Quem vê Antonio na rua, Bíblia debaixo do braço, roupa social, jeito de gente boa, já imagina: "O sujeito é crente." Na igreja, então, o homem é um exemplo de bondade. É calmo, freqüenta o curso para se tornar obreiro (quando se formar, dará aula na escola dominical), vira anjo ao cruzar a porta do templo. "Faz pregações maravilhosas", diz a mulher, Joana, 39 anos, casada há 15 com Antonio. "Ele fala sobre a paz e como todos devem amar seus inimigos."

Só que Antonio, manso como uma ovelha do rebanho do Senhor ao lado de seus "irmãozinhos", se transforma em bicho bravo quando está sozinho com a família. Dentro de casa, diz palavrões, agride a mulher. "Ele já me agarrou pelo cabelo e me jogou em cima da cama", conta Joana. "Também atirou um frasco de xampu na minha cabeça. Não sei por que age assim."

Como Joana, outras evangélicas, com saias longas, cabelos e mágoa pesando sobre os ombros, também não entendem a mudança de seus homens quando eles põem os pés fora da igreja e brandem as mãos dentro de casa. E, cansadas de não achar refúgio na paz de seus templos - elas preferem não divulgar o nome das igrejas que freqüentam -, encontraram abrigo na Casa de Isabel, uma ONG da Zona Leste que, em parceria com a Prefeitura e o Estado, oferece assistência psicológica e jurídica a mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência.

A romaria de evangélicas à Casa de Isabel está assustando a pesquisadora da área da violência e presidente da entidade Sônia Regina Maurelli. A ONG atende 3 mil mulheres por mês. "Posso afirmar que 90% são freqüentadoras assíduas de igrejas evangélicas", diz a pesquisadora. "Me surpreende é ver as mulheres submetidas à doutrina das igrejas. Ser submissa não é tolerar espancamento."

Analisando suas estatísticas, Sônia observa que grande parte das igrejas não oferece aos fiéis um trabalho de aconselhamento. "Se existisse, esta casa não estaria tão cheia. Acredito que essas mulheres estão nos procurando porque estão lendo e se informando mais." Joana, a mulher de Antonio, admite que as portas da Casa de Isabel foram as únicas que se abriram para socorrê-la: "Procurei a pastora da minha igreja e ela me falou que problema como o meu tinha de ser resolvido entre marido e mulher."

A palavra-chave citada pelas evangélicas ouvidas pelo JT foi "submissão" - além de Joana, Lurdes, 33 anos, e Ana, 54, concordaram em falar sobre o que acontece dentro de suas casas. Joana diz: "Quando reclamo com o Antonio, ele fala de um versículo bíblico: 'Mulheres, sujeitai-vos aos vossos maridos'. Só que a Bíblia não fala para a gente ser escrava deles."

Ana, 33 anos de casada, convive com o marido que esqueceu os ensinamentos sobre respeito e harmonia: "Não tenho nenhum carinho. Só palavrões. A agressão verbal às vezes é pior que tapa. Um tapa você revida, mas a mágoa nada pode tirar." Muitas vezes, Ana pensou em separação, mas desistiu: "Ele me xinga. Depois fica mansinho e lava a louça para mim."

Joana também fica dividida entre deixar Antonio, por causa das agressões, e a culpa que sente por não se considerar uma boa dona de casa. "Não sei arrumar um guarda-roupa tão impecável como minha mãe", conta. "Detesto passar roupa e ele só usa camisa social."

Casada há 9 anos, Lurdes, até pouco tempo atrás, ia com o marido à igreja. Hoje, depois de uma decepção, ele parou de freqüentar o templo: " Viu uns 'irmãos' da igreja bebendo num bar e ficou revoltado. Não me bate, mas me humilha e diz todo tipo de palavrões."

A vida de Lurdes se tornou mais difícil depois que, meses atrás, foi vítima de estupro. "Começou a dizer que, se fui atacada, é porque dei bola para o estuprador. Eu não exponho meu corpo. Mas meu marido não teve compreensão. Vive dizendo: 'Você não é uma mulher direita'. Não posso contar com ninguém na igreja porque lá me dizem: 'Ninguém precisa de psicólogo. Aqui, o psicólogo é Jesus'." (destaques nossos)

Campos, Marinês - Jornal da Tarde - "Mulheres protestantes, agredidas em nome de Deus, pedem ajuda"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=imprensa&subsecao=brasil&artigo=20060308p&lang=bra
Online, 15/06/2010 às 20:51h

John Wycliff - A luz começa a brilhar

Introdução

“Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5). Depois das trevas, do medo e da perseguição, chega o alívio com os primeiros raios de luz. A Bíblia, escondida na era das trevas, começar agora a aparecer. A bem sucedida participação na história da reforma de homens como Martinho Lutero e João Calvino, parece apagar um pouco da importante contribuição de John Wycliff e John Huss. Mas estes foram os precursores do movimento reformado. São chamados de pré-reformadores. Depois de uma época de descontentamento contra os abusos da Igreja Romana por toda a Europa, Deus, pela sua misericórdia, começa a levantar homens para fazer a Igreja de Cristo, a noiva, voltar a ser pura, santa e sem mancha. John Wycliff é chamado de a “Estrela d’alva da Reforma” por ser o primeiro instrumento usado por Deus a enfrentar o sistema papal antibíblica e as injustiças da Igreja Católica. Foi ele quem deu o “ponta-pé inicial” na emocionante história da volta da Igreja às Escrituras Sagradas. A presente lição pretende mostrar o valor do ensino Bíblico para a Igreja de Cristo e a importância de servos que se colocam como verdadeiras ferramentas na mãos do Senhor.

John Wycliff

Um grande erudito

O que marcou a vida deste homem foi sua erudição e dedicação ao estudo da teologia. Nasceu em Hipswell, Yorkshire na Inglaterra, em 1329. Foi estudar em Oxford e logo se notabilizou por sua inteligência e erudição. Dominou a filosofia e os ensinos de Agostinho (ensinos que mais tarde influenciariam homens com Lutero e Calvino). Por ser um grande teólogo, tornou-se capelão do Rei da Inglaterra, Ricardo II. Nesta posição pôde fazer muito pela reforma de sua Igreja.

A presença de Deus na História

Deus é o Senhor da História. Nela ele mostra o seu amor e cuidado pela Igreja. Estando numa posição de grande destaque, Wycliff pôde ter acesso ao Parlamento e traduzir a Vulgata (Bíblia em Latim) para o Inglês. Essa tradução foi de fundamental importância, tanto para a vida espiritual do povo, como também para o próprio inglês.

Como fez com a rainha Ester, Deus ainda hoje eleva homens e mulheres para posições de grande destaque, conforme seus soberanos propósitos, para o engrandecimento do seu nome e crescimento de sua Igreja. Vemos aqui a distinção entre o homem de Deus e o homem sem Deus – Wycliff usou sua autoridade para a glória de Deus, enquanto que o papa perdeu sua autoridade diante de Deus pois a usava para si próprio.

Wycliff defendeu as seguintes idéias para obter a reforma da sua igreja:

Sobre a Bíblia

Wycliff ensinava que os concílios e a liderança da Igreja deveriam ser provados pelas Escrituras Sagradas. A palavra do papa e a tradição da igreja não poderiam ter uma autoridade de maior do que a da Bíblia. Para o reformador Inglês, a Bíblia é a única regra de fé e prática. Ela é suficiente pra suprir as necessidades da alma humana, sem que sejam necessárias as intervenções da Igreja e as mágicas de seus sacerdotes. Wycliff entendia também que as Sagradas Escrituras deveriam ser colocadas na mão do povo e não ficarem limitadas ao clero (liderança da Igreja).

Sobre o Papa e seus sacerdotes

Wycliff ensinava que os papas eram homens sujeitos ao erro e ao engano. Assim como dentro da Igreja de Cristo havia joio e o trigo, ser líder da igreja não era garantia de salvação, muito menos de perfeição. Ensinava que o ofício do papado era invenção do homem e não de Deus e que o papa seria o anticristo se não seguisse fielmente os ensinamentos de Cristo. Censurou monges quanto à preguiça e ignorância deles no que dizia respeito ao estudo das Escrituras.

Sobre a Ceia

Segundo a Igreja Católica Romana, no momento da ceia o pão e o vinho se transformam no corpo e no sangue de Cristo. Este dogma é chamado de transubstanciação. Wycliff declarou que esta doutrina era antibíblica, pois Cristo está presente nos elementos de forma espiritual e não física.

O historiador E.E.Cairns diz que “se a idéia de Wycliff fosse adotada, significaria que o sacerdote não mais reteria a salvação de alguém por ter em suas mãos o corpo e o sangue de Cristo na comunhão”¹

Com sua inteligência e posição dadas por Deus, a pregação de Wycliff começava a ser ouvida nos mais distantes cantões da Inglaterra, chegando a atravessar o mar em direção ao continente. Muitas pessoas devem ter recebido seus ensinos ou ganhado uma Bíblia na sua própria língua conhecendo assim a vontade de Deus para suas vidas.

Influência que Atravessou Fronteiras

Os lolardos

Para que o ensino bíblico fosse transmitido por toda Inglaterra, Wycliff fundou um grupo de pregadores leigos, os quais receberam o nome de Lolardos. O trabalho de expansão deu certo, mas o papa não gostou. Em um decreto², a Igreja condenou os Lobardos à pena de morte. Apesar disto, Deus não permitiu que nenhum desses pregadores fossem mortos.


Os boêmios

Estudantes da região da Boêmia, no centro da Europa, foram para Oxford e lá tiveram contato com os escritos de Wycliff e com alguns dos Lolardos. Ao regressarem para a sua terra, os boêmios levaram as novas informações e ensinos que acabaram influenciando aquele que seria um outro grande reformador, John Huss.

Ao tomar os primeiros contatos com os escritos de Wycliff, Huss escreve na margem de seus papéis: “Wycliff, Wycliff, você vai virar muitas cabeças”. Anos mais tarde, Huss teria sido acusado pela Igreja de Wicliffismo.

A história nos mostra que Deus vai espalhando sua semente. Assim como na Igreja Primitiva, crentes foram influenciando pessoas, autoridades e até reis, a ponto de ocupar todo o mundo. Temos a Bíblia em nossas mãos hoje porque servos e servas de Deus se dedicaram para isto. A mensagem continua viva. Será que a Igreja tem influenciado? O Evangelho de Cristo tem de fato sido pregado?

Condenado Depois de Morto

Próximo aos 55 anos de idade, Wycliff sofreu um derrame e morreu. Passados 30 anos, o Concílio de Constança, convocado pelo papa João XXIII, reuniu-se em 1415 e, sob a condenação de heresia, decidiu exumar o corpo de Wycliff e queimá-lo em praça pública.

Como pode-se observar, o poder arbitrário tomou conta da Igreja. Absurdos como a punição de um homem depois de morto e outros mais preencheram a sua história.

Mas tudo isso não foi suficiente para calar a voz do Evangelho. O clero não percebeu que estava lutando contra o próprio Deus.

Conclusão

Vimos que a escuridão da Idade Média começa a ser vencida pelos primeiros raios de luz de manhã. Deus prepara um homem, coloca-o numa posição de influência e autoridade e começa a trazer a Igreja de volta para o seu noivo.

John Wycliff envolve-se numa batalha de fé pela Verdade das Escrituras, coloca a Bíblia na mão do povo, ensina-a e tenta tirar este povo das mãos daqueles que exploravam suas vidas. Morre, mas deixa uma mensagem viva, um exemplo de luta pelo Evangelho.

Certo autor escreveu que a luta dos pré-reformadores terminou com insucesso. Entretanto, devemos crer que a perseguição e morte de homens com Wycliff e Huss não foram empreendimentos frustrados, e sim o plano soberano de Deus abrindo caminho para acontecimentos maiores. Anos mais tarde os reformadores levantaram a bandeira da “Sola Scriptura”, em favor da suficiência e autoridade exclusiva da Palavra de Deus sobre qualquer dogma ou direção humana. A semente do ensino de Wycliff e Huss estava lá e, até hoje, dá os seus frutos.

A presente lição serve como um alerta para a Igreja de hoje. Os crentes devem viver uma vida santa e, ao mesmo tempo, devem estar prontos para reformar a igreja sempre que ela se afastar do ensino bíblico. Agindo assim seremos encontrados por Deus fiéis.

Autor: Dráusio Piratininga Gonçalves

Fonte: revista Palavra Viva – Graça e Fé, pg 5-8, Editora Cultura Cristã. Compre esta trim

quarta-feira, 9 de junho de 2010

POR QUE A IGREJA PRECISA DE UMA NOVA REFORMA

A Reforma Protestante do Século XVI foi o maior movimento na igreja cristã. Não foi uma inovação, mas uma volta ao cristianismo puro e simples, uma retomada da doutrina apostólica, um retorno às Escrituras. A igreja cristã havia se desviado da verdade, e introduzido doutrinas e práticas estranhas às Escrituras. O culto às imagens, a mediação dos santos, a veneração a Maria, a salvação pelas obras, o confessionário, o purgatório, as reliquias, as indulgências e a infalibilidade papal foram desvios gritantes que encontraram guarida na igreja. Urgia uma Reforma, e Deus preparou o momento e as pessoas certas para essa volta às Escrituras. No dia 31 de Outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero, fixava nas portas da igreja de Wittenberg suas noventa e cinco teses contras as indulgências, deflagrando, assim, esse decisivo movimento.

Hoje, ao olharmos o cenário religioso brasileiro constatamos que a igreja evangélica precisa de uma nova Reforma. Desviamo-nos do caminho da ortodoxia. As verdades essenciais da fé evangélica estão ausentes de muitos púlpitos chamados protestantes. Novidades forâneas às Escrituras têm sido introduzidas nas igrejas sob a conivência de uns e o silêncio de outros. A igreja protestante já não protesta mais. Somos chamados de evangélicos, mas o puro evangelho está escasseando em muitas igrejas. Temos influência política, mas falta-nos autoridade moral. Temos poder econômico, mas falta-nos poder espiritual. Temos um explosivo crescimento quantitativo, mas falta-nos o crescimento qualitativo. Precisamos de uma nova Reforma. Alistaremos a seguir três motivos que exigem uma nova Reforma já.

1. Porque o liberalismo teológico tem assaltado muitas igrejas em nossa Pátria - O mesmo liberalismo que devastou as igrejas na Europa, e na América do Norte chegou às terras brasileiras, e seu fermento maldito está presente em muitos seminários, e este veneno letal tem sido espalhado das cátedras para os púlpitos e dos púlpitos para os crentes e assim, muitas igrejas já não crêem mais na inerrância e suficiência das Escrituras. Em consequência desse colapso espiritual há algumas igrejas que defendem um concubinato espúrio entre cristianismo e evolucionismo, negando a realidade da criação, conforme registrada em Gênesis 1 e 2.

2. Porque o misticismo sincrético tem invadido muitos arraiais evangélicos - Temos visto a igreja evangélica brasileira capitular-se ao misticismo pagão. O verdadeiro evangelho está ausente de muitos púlpitos. Prega-se sobre prosperidade e não sobre salvação. Prega-se sobre curas e milagres e não sobre arrependimento e novo nascimento. O lucro substituiu a mensagem da salvação em muitas igrejas. Temos visto igrejas se transformando em empresas, o púlpito em balcão, o evangelho num produto e os crentes em consumidores. Além desse descalabro, muitas crendices têm substituído a verdade em não poucas igrejas. Esses crentes incautos têm se alimentado do farelo do sincretismo em vez de serem nutridos pelo Pão da Vida. Há crentes que olham para a Palavra de Deus como um livro mágico e consultam a Bíblia como se ela fosse um horóscopo. Há aqueles que colocam um copo d'água sobre o aparelho de televisão, enquanto o suposto homem de Deus ora, pensando que essa água "benzida" tem poder extraordinário. Essas práticas não são bíblicas e devem ser reprovadas. Urge certamente uma nova Reforma.

3. Porque muitas igrejas se acomodaram a uma ortodoxia morta - A Reforma restaurou não apenas a supremacia das Escrituras e a primazia da pregação, mas também, enfatizou a necessidade de uma vida piedosa. Não podemos separar a teologia da vida; a doutrina da prática; a ortodoxia da piedade. Não basta conhecer a verdade, precisamos ser transformados por essa verdade. Na Igreja Reformada encontramos teologia pura e vida santa.


Rev. Hernandes Dias Lopes
Site:http://hernandesdiaslopes.com.br

sábado, 5 de junho de 2010

SÉRIE IGREJAS: Lakewood Church

Lakewood Church é um megaigreja norte-americana situada em Houston, Texas. Até à data de 2007, é a igreja que mais cresce nos EUA com os mais de 52 mil participantes durante seus cultos que são ministrados em língua inglesa e espanhola.


A igreja de Lakewood foi fundada por John Osteen e sua esposa, Dodie, em 1959 numa loja abandonada de alimentação em Houston . John e Dodie criaram e hospedaram o programa semanal da televisão de Lakewood, que pode ser visto em aproximadamente 100 países. Quando Jonh faleceu ,em 1999, seu filho mais novo, Joel, tornou-se pastor de Lakewood. Sob a liderança de Joel Osteen, a congregação de Lakewood aumentou quase quintuplicadamente. Por causa deste aumento grande no comparecimento, os oficiais da igreja começaram a procurar por um novo local para se reunirem.

Em 2003 , a igreja assinou um contrato de longo prazo com a cidade de Houston para adquirir o Compaq Center, uma arena esportiva da cidade. Compaq Center, a 29-year-old former sports arena. O contrato para criar a nova sede de Lakewood no Compaq Center é estimados em 75 milhões de dólares..[4] A igreja foi requerida para pagar adiantado 11 milhões e 800 mil no aluguel pelos primeiros 30 anos.


Lakewood Church gasta quase 30 milhões de dólares a cada ano em investimentos em seu ministério televisivo..[7] O programa semanal da televisão da igreja alcança semanalmente aproximadamaente 100 países e pode ser visto em 200 milhões de casas nos Estados Unidos. [13] Os serviços são tempos múltiplos da transmissão na rede TBN ( Trinity Broadcast Network) e na rede da televisão Daystar, e em outros canais locais das principais cidades americanas. Lakewood aparece também em diversas "redes secular," como a Black Entertainment Television, ABC Family, e também a USA Network.

A Lakewood Church gravou três CD ao vivo de adoração: "We Speak to Nations, Cover the Earth" e "Amazing God", com participação de Cindy Cruse-Ratcliff (diretor de música e do coral local - Choir de Lakewood ), Israel Houghton, e Marcos Witt. Em 2006, a Houston Symphony Orchestra juntou-se a Lakewood Church e gravou um álbum de Natal denominado "The Gift".Já em 2007, a Lakewood Church gravou seu terceiro álbum ao vivo lançado em 2007, com o título "Free to worship".

Lakewood Church acredita que toda a Bíblia é inspirada por Deus, e a igreja baseia a sua doutrina nesta crença. A igreja também tem em conta a crença na Trindade , bem como o reconhecimento da morte de Cristo na cruz e ressurreição.

Críticos: Alguns observadores criticam a ausência dos tradicionais símbolos religiosos na antiga Compaq Center, tais como ou uma cruz de altar

quinta-feira, 3 de junho de 2010

John Huss - Semente da Reforma

Infância Pobre

John Huss (1369-1415) foi um homem de origem simples. Nasceu no vilarejo de Hussinecz, sul da Boêmia. Seus pais eram camponeses. Sua mãe, muito religiosa, quis que o filho fosse sacerdote. Mais tarde, Huss admitiu ter iniciado a carreira religiosa pelo dinheiro e prestígio que ela dava, mas seu interesse por Deus veio quando ele começou a estudar mais profundamente.

Aluno Médio


Huss não foi um aluno brilhante, mas parecia determinado a estudar e crescer. Assim, formou-se na universidade, tornou-se Mestre e dirigente da Capela de Belém, em Praga, cidade importante em seu país. Nesta Igreja, Huss pregava na língua do povo. Nas outras, o serviço religioso era feito em latim.

Pastor Preocupado

Huss foi um pastor dedicado. Sua preocupação era agradar a Deus com uma vida santa e prover sólida alimentação espiritual ao povo. Criticava duramente os líderes da Igreja por usarem seus ofícios em benefício próprio, vivendo no conforto e na imoralidade. Para Huss, a autoridade de um líder religioso vinha do seu caráter e não da sua posição.

Huss insistia que o povo deveria viver em total dependência de Deus, numa vida simples e consagrada ao trabalho.

Deus sempre levanta homens simples que sonham em ver a verdade de Deus como luz e guia dos homens. Muitos jovens, homens e mulheres de hoje buscam realizar seu sonho pessoal ou projeto de vida, mas poucos estão dispostos a abraçar o projeto de Deus e lutar contra o erro e o engano. É sobre isso que tratamos no próximo ponto.


Deus Agindo na História

Deus é soberano. Ele é Senhor da história. Age na história e a dirige segundo a sua vontade. Aquele filho de camponeses foi ferramenta importante. Pela providencia de Deus, Huss fora colocado como o dirigente da Capela de Belém, na importante cidade de praga. A rainha Zofie costumava freqüentar aquela igreja. Ela era esposa do rei Václav da Boêmia. Zofie influenciou o rei para que facilitasse as reformas pretendidas por Huss. Com isso, a reforma cresceu, tendo Huss como líder e o Rei como escudo contra as investidas do papa.

Coragem para Estabelecer a Verdade

Apesar da cobertura do Rei, surge no cenário o Arcebispo de praga, chamado Zbynek, um ex-militar e agora superior de Huss. Um estrategista, que usou de sus recursos financeiros e políticos para obter este poderoso cargo no arcebispo de Praga. Zbynek não teve qualquer preparo teológico ou formação eclesiástica. A missão dele era a de erradicar a heresias de Wycliff naquela região e com isso ganhar favores do papa. Zbynek tornou-se grande inimigo da causa reformista de Huss.

Radicalismo ou Fidelidade a Deus?

Huss, influenciado pelos escritores de John Wycliff, tornava-se cada vez mais um apaixonado pela reforma da Igreja de Jesus Cristo. Começa então a andar em terreno perigoso. Em 1405 declara que a suposta aparição do sangue de Cristo nos elementos da comunhão não passava de embuste. Em seus sermões, condenava o pecado dos padres, bispos e arcebispos. Declarava que os crentes tinham o mesmo direito que os sacerdotes de participarem do cálice na ceia, e não somente do pão. Ridicularizava o pretenso poder dos sacerdotes de concederem o Espírito Santo a uma pessoa ou mandarem-na para o inferno.

Foram muitas e duras as críticas expostas por Huss do púlpito de sua igreja e da tinha de sua pena. Huss via a Igreja de Cristo em uma situação de clamidade e não pôde se conter diante de tantas irregularidades.

Conseqüentemente a liderança da Igreja começou a reagir. Zbynek ficou enfurecido ao saber que muitos pregadores, seguidores de Huss, acusavam Zbynek de simonia (venda de milagres) e imoralidade. Zbynek resolveu calá-los prendendo-os. Entretanto, Huss respondeu: “Como pode haver sacerdotes imorais e criminosos andando pelas ruas livremente, enquanto que os humildes homens de Deus estão enjaulados como hereges e sofrendo privações por causa da proclamação do Evangelho?”¹

O arcebispo Zbynek passou a enviar espias à igreja de Huss para ouvirem seus sermões. Huss sabia disso, mas não se intimidava.

Com a força do Espírito de Deus Huss tornou-se um gigante em plena Idade Média. Huss enfrentou o poder corrupto dentro de sua própria igreja e não temeu. Seu única temor era reservado àquele que é Senhor da Igreja e da História. Ao constatarmos isso podemos perceber quão omissos somos nós hoje!. Diante de corrupção, da violência e injustiça que verificamos em nossos dias, a coragem e audácia de John Huss não deveria nos mover em favor do reino de Deus?

Uma Cilada para John Huss

Huss recebeu ordens do próprio papa para se cala, mas não se calou. Em 1412, o papa João XXIII proclamou uma cruzada contra o rei Nápoles, que tornara-se rebelde. Para levantar fundos contra a guerra, o papa institui a venda de indulgências (perdão) em larga escala por todo o império. Huss ficou horrorizado com isso e declarou: “mesmo que o fogo para queimar o meu corpo seja colocado diante dos meus olhos, eu não obedecerei”. E ainda, diante de grande pressão, declarou: “Ficarei em silêncio? Deus não permita! Ai de mim, se me calar. É melhor morrer, do que não me opor diante desta impiedade, o que me faria participante da culpa e do inferno.” Excomungado já quatro vezes, Huss resolveu exilar-se voluntariamente, para que sua igreja não privada das ministrações. Foi para o sul da Boêmia, onde escreveu livro e pregou em alguns vilarejos. Dois anos depois, o papa convocou um concílio em Constança e convidou Huss. Depois de receber garantias do imperador da Boêmia, Sigismund, meio irmão do rei Václav, que prometeu conceder-lhe salvo conduto enquanto estivesse em Constança, Huss aceitou o convite. Na segunda semana que estava em Constança, Huss foi preso e ficou nesta condição vários meses enquanto o Concílio prosseguia.

Uma Triste Ironia

Huss sofria amargamente numa prisão onde hoje se encontra um luxuoso hotel. As condições na sela eram tão precárias que Huss ficou seriamente enfermo e quase morreu. Nenhuma oportunidade de defesa lhe foi dada.

A Morte de Huss

Finalmente Huss foi chamado ao Concílio. Advertiram: “Reconsidere seus escritos, ou morre”. Huss não voltou atrás. Então, rasgaram suas vestes e colocaram em sua cabeça uma mitra de papel com 3 demônios desenhados e escrito “Eis um herege”. Acompanhado por uma multidão, Huss, amarrado e puxado pela ruas de Constança foi ao local de sua morte.

Na presença de homens, mulheres, velhos e crianças, Huss foi amarrado numa estaca e lhe deram mais um oportunidade para rever seu ensino. Mas em um grito respondeu: “Deus é minha testemunha de que a principal intenção foi tão somente libertar os homens de seus pecados e baseado na verdade do Evangelho que preguei e ensineu, estou realmente feliz em morrer hoje.” Com estas palavras um sinal foi dado ao executor que acendeu a fogueira. Por entre chamas e fumaças Huss entoou uma melodia “Jesus, Filho do Deus vivo, tem misericórdia de mim.” Huss morreu cantando.

Huss enfrentou pressões terríveis. Poderia viver uma vida confortável, desfrutando de seu status de mestre e líder religioso, mas, com Moisés, “preferiu ser maltratado... a usufruir os prazeres transitórios de pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão” (Hb 11.25,26).

Conclusão

Apesar de morto, John Huss não foi derrotado. Deixou um legado para a causa da Reforma Protestante que surgiria décadas depois, com Martinho Lutero. Tanto Wycliff como Huss foram sementes semeadas a seu tempo, que brotaram anos mais tarde, cujos frutos colhemos ainda hoje.

Que possamos, como verdadeiros cristão, defender a verdade do Evangelho e, se preciso for, assim como John Huss, morrer por ela.


Fonte: revista Palavra Viva – Graça e Fé, pg 9-12, Editora Cultura Cristã. Compre esta trimestral e excelente revista dominical em www.cep.org.br .
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