segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mortífero Matadouro de Almas - João Calvino

Com seu dilema, não tão prementemente nos arrocham que nos forcem a confessar, ou que a Igreja esteve por algum tempo semimorta, ou que agora estejamos nós em conflito com a Igreja. A Igreja de Cristo certamente tem estado viva, e viva continuará por quanto tempo Cristo reinar à destra do Pai, por cuja mão é ela sustentada, por cuja proteção é guardada, por cujo poder ela retém sua intangibilidade.

Pois ele cumprirá, indubitavelmente, o que uma vez prometera, a saber, que haverá de estar com os seus até a consumação do mundo [Mt 28.20]. No momento não sustentamos contra ela nenhuma luta, uma vez que, em pleno consenso com todo o corpo dos fiéis, cultuamos e adoramos ao Deus único e a Cristo, o Senhor [1Co 8.6], nos moldes em que tem sido sempre adorado por todos os piedosos. Entretanto, eles não se desviam pouco da verdade, quando não reconhecem nenhuma Igreja senão aquela que descortinam pela visão natural e a tentam circunscrever aos limites a que, de modo algum, foi ela confinada.

A controvérsia gira nestes gonzos: primeiro, que eles contendem dizendo que a forma da Igreja é sempre concreta e visível; segundo, que identificam a própria forma com a sé da igreja romana e a ordem de seus prelados. Nós afirmamos, em contrário, não só que a Igreja pode subsistir sem nenhuma expressão visível, nem que ela contém a forma nesse esplendor externo que estultamente admiram, mas, em marca bem diferente, a saber, na pregação pura da Palavra de Deus e na legítima administração dos sacramentos.

Eles se exasperam quando nem sempre podem apontar a Igreja com o dedo. Quão freqüentemente, porém, aconteceu de ela deformar-se ante o povo judeu a tal ponto que não podia ser distinguida por nenhuma aparência? Que forma pensamos haver ela refulgido, quando Elias deplorava por ter ficado sozinho? [1Rs 19.14]. Quanto tempo, desde a vinda de Cristo, ela ficou obscura e sem forma? Quantas vezes, desde essa época, ela foi de tal modo oprimida por guerras, por revoltas, por heresias, que em parte alguma fosse contemplada com esplendor? Se porventura tivessem vivido nesse tempo, teriam crido existir então alguma Igreja? Elias, porém, ouviu que foram conservados sete mil homens que não tinham dobrado os joelhos diante de Baal [1Rs 19.18]. Tampouco nos deve pairar alguma dúvida de que Cristo sempre reinou na terra, desde que subiu ao céu. Com efeito, se então os piedosos houvessem requerido alguma forma perceptível aos olhos, porventura não teriam prontamente cedido ao desânimo?

Aliás, já em seu século, Hilário havia considerado ser um mal superlativo que, tomados de estulta admiração pela dignidade episcopal, não se apercebiam que se ocultava por debaixo dessa máscara mortífera e sinistra, porque assim fala contra Auxêncio: “De uma coisa vos advirto: Guardai-vos do Anticristo! Pois é mal que de vós se haja apoderado o amor às paredes, mal que venerais a Igreja de Deus em tetos e edifícios, mal que sob essas coisas introduzis o nome de paz. Porventura é passível de dúvida que nestes o Anticristo haverá de assentar-se? A mim mais seguros são as montanhas, as florestas, os lagos, os cárceres e as furnas. Pois nestes, profetiza o Profeta, ou habitam, ou são lançados.”

Entretanto, o que hoje o mundo venera em seus bispos cornudos, senão que presume serem santos prelados da religião aqueles a quem vê presidirem às cidades de maior renome? Fora, portanto, com tão estulta admiração! Antes, pelo contrário, uma vez que só ele sabe quem são os seus [2Tm 2.19], permitamos ao Senhor isto: às vezes ele até mesmo priva a visão dos homens da percepção exterior de sua Igreja. Confesso que isso é o que merece a impiedade dos homens; por que porfiamos nós em opornos à justa vingança de Deus? Em moldes como esses, o Senhor puniu em tempos idos a ingratidão dos homens. Ora, visto que não quiseram obedecer-lhe à verdade, e sua luz extinguiram, quis ele que, tornando-se cegos em seu entendimento, não só fossem enganados por falsidades absurdas, mas ainda imersos em trevas profundas, de tal sorte que não se evidenciasse nenhuma expressão exterior da verdadeira Igreja.

Contudo, em todo o tempo em que ela foi extinta, ele preservou os seus, ainda que não só dispersos, mas até mesmo submersos em meio aos erros e às trevas. Nem é de admirar, pois, que soube preservá-los tanto na própria confusão de Babilônia, quanto na chama da fornalha ardente.

Entretanto, o fato de quererem julgar a forma da Igreja em função de não sei que vã pompa, o quanto isso é perigoso, e para que a exposição não se prolongue desmedidamente, o indicarei em poucas palavras, em vez de tecer-lhe longa consideração.

O pontífice, insistem, que ocupa a sé apostólica, e quantos foram por ele ungidos e consagrados sacerdotes, uma vez que sejam assinalados por suas mitras e báculos, representam a Igreja e devem ser tidos como a Igreja. Por isso eles não podem errar. Por quê? Porque são pastores da Igreja e consagrados ao Senhor. E porventura Arão e os demais guias de Israel não eram pastores? Contudo Arão e seus filhos, já investidos sacerdotes, no entanto erraram quando forjaram o bezerro [Ex 32.4]. Segundo este raciocínio, por que não teriam representado a Igreja aqueles quatrocentos profetas que mentiam a Acabe? [1Rs 22.11, 12]. A Igreja, porém, estava do lado de Micaías, por certo um homem sozinho e desprezível, de cuja boca, entretanto, procedia a verdade.

Porventura os profetas não levavam diante de si não só o nome, como também a forma da Igreja, quando à uma se insurgiram contra Jeremias e, ameaçadores, se jactavam de que não era possível que a lei perecesse ao sacerdote, o conselho ao sábio, a palavra ao profeta? [Jr 18.18]. Jeremias é enviado sozinho contra toda essa horda de profetas, para que da parte do Senhor denunciasse que acontecerá que a lei perecerá ao sacerdote, o conselho ao sábio, a palavra ao profeta! [Jr 4.9].

Por acaso não refulgia tal esplendor naquela assembléia que os sacerdotes, os escribas e os fariseus reuniram a fim de captar pareceres acerca de como tirariam a vida a Cristo? [Mt 26.3, 4; Jo 11.47-53; 12.10]. Que se vão agora e se apeguem à máscara exterior, e assim se façam cismáticos a Cristo e a todos os profetas de Deus; por outro lado, que façam dos ministros de Satanás órgãos do Espírito Santo! Ora, se estão falando a sério, respondam-me em boa fé: entre que agentes e lugares pensam que a Igreja residia depois que, por decreto do Concílio de Basiléia, Eugênio foi deposto e alijado do pontificado e Amadeu investido em seu lugar?

Ainda que se arrebentem, não podem negar que, no que tange à exterioridade, esse Concílio foi legítimo, além de tudo convocado não apenas por um pontífice, mas por dois. Eugênio foi ali condenado de cisma, rebelião e contumácia, juntamente com todo o bando de cardeais e bispos que haviam com ele maquinado a dissolução do Concílio. Entretanto, mais tarde apoiado no favor dos príncipes, recuperou integralmente o pontificado. Em fumaça se desfez essa eleição de Amadeu, solenemente consumada que fora pela autoridade de um sínodo geral e sacrossanto, exceto que o supracitado Amadeu foi aplacado em virtude de um chapéu cardinalício, como um cão a ladrar se cala quando lhe é tirado naco de carne. Do grêmio desses hereges rebeldes e contumazes procedeu tudo quanto em seguida tem havido de papas, cardeais, bispos, abades, padres.

Neste ponto, impõe-se agarrá-los e imobiliza-los. Pois, a qual das duas facções conferirão o nome de Igreja? Porventura negarão que foi esse um Concílio Geral, de nada carecendo quanto à majestade exterior, já que, em verdade, foi solenemente convocado por duas bulas, consagrado mediante o legado da sé romana a presidi-lo, em todas as coisas devidamente conformado às normas regulamentares, a conservar-se sempre na mesma dignidade até o fim? Declararão Eugênio cismáticos com toda sua coorte, pela qual foram todos consagrados? Portanto, ou definam a forma da Igreja em outros termos, ou, por mais numerosos que sejam, serão por nós tidos como cismáticos quantos, cônscia e deliberadamente, foram ordenados por hereges.

E se nunca antes se fizesse evidente que a Igreja não se prende a pompas externas, eles próprios podem dizer-nos que disso constitui prova abundante, visto que, sob esse pomposo nome de Igreja, por tanto tempo orgulhosamente se apregoaram ao mundo, quando, entretanto, não passavam de pestes mortíferas à Igreja. Não estou me referindo a seus costumes e àqueles atos hediondos de que empanturra o viver de todos, quando, como os fariseus, dizem que devem ser ouvidos, não imitados [Mt 23.3].

Se devotares um pouco de teu lazer a ler estas nossas ponderações, sem sombra de dúvida reconhecerás que a própria, sim, a própria doutrina, à base da qual argúem que devem ser tidos como sendo a Igreja, não passa de mortífero matadouro de almas, tocha incendiária, ruína e destruição da Igreja.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Condenação Eterna – Agostinho

Contra a opinião dos que afirmam que não serão perpétuos os suplícios quer do Diabo quer dos homens maus.

Convém, antes de tudo, investigar e saber porque é que a Igreja não pôde admitir a opinião dos homens que anunciam a purificação e o perdão, mesmo ao Diabo, depois das maiores e mais prolongadas penas.

Não é que tantos santos e tantos homens instruídos nas Sagradas Escrituras, Antigas e Novas, vejam com maus olhos a purificação e a felicidade do Reino dos Céus, após suplícios seja de que natureza e de que intensidade forem, aos anjos qualquer que seja o seu gênero e dignidade, mas viram antes que não podia ser anulada nem enfraquecida a decisão divina que o Senhor anunciou que virá a proferir e a estabelecer no julgamento.

Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno que está preparado para o Diabo e seus anjos, (realmente, mostra-se por esta forma que um fogo eterno queimará o Diabo e os seus anjos), nem podia ser anulado o que também está escrito no Apocalipse:

O Diabo que os seduzia foi lançado num lago de fogo e de enxofre com a besta e o falso profeta e aí serão torturados dia e noite pelos séculos dos séculos.

O que acolá está escrito é "eterno" (aeternum) e o que aqui está escrito é "pelos séculos dos séculos" (in saecula saeculorum) - palavras com que a Sagrada Escritura nada mais costuma significar senão o que não tem fim no tempo. Por conseqüência, a mais autêntica fé deve manter como firme e imutável que não haverá regresso algum do Diabo e dos seus anjos ao estado de justificação e à vida dos santos; nem outro motivo mais justo e mais manifesto disto se pode encontrar a não ser este: a Escritura, que a ninguém engana, assegura que Deus não lhes perdoou, estando, portanto, sob uma primeira condenação, encerrados entretanto nas negras masmorras do Inferno, reservadas para o castigo do juízo final, quando forem lançados ao fogo eterno, onde serão atormentados pelos séculos dos séculos.

Se isto é assim, como é que os homens, todos ou alguns, serão subtraídos à eternidade desta pena, depois de um certo tempo, por mais prolongado que se queira, sem imediatamente se desvirtuar a fé pela qual cremos que o suplício dos demônios será eterno? Com efeito, se, daqueles de quem se diz:

Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno que está preparado para o Diabo e seus anjos, todos ou alguns deles não estão lá sempre, que razões há para se crer que hão-de lá estar para sempre o Diabo e os seus anjos? Será por acaso que a decisão de Deus, proferida contra os maus, sejam eles anjos ou homens, será verdadeira para com os anjos e falsa para com os homens? Assim será com certeza se valer mais, não o que disse Deus mas o que os homens conjecturam. Porque isso não pode acontecer, não devem discutir contra Deus, mas antes, enquanto é tempo, obedecer ao preceito divino aqueles que desejam escapar ao suplício eterno. Depois, que vem a ser isso de considerar como eterno um suplício num fogo de longa duração, e a vida eterna crê-la sem fim - quando Cristo disse, na mesma passagem e numa única frase, unindo uma e outra:

Assim estes irão para o suplício eterno, mas os justos para a vida eterna?

Se um e outro são eternos, certamente que um e outro são de longa duração, com um fim, ou um e outro são perpétuos, sem fim. De fato, são referidos par a par: dum lado o suplício eterno, do outro a vida eterna. Mas dizer numa só e mesma expressão: "A vida eterna será sem fim, o suplício terá fim" é por demais absurdo. Portanto: já que a vida eterna dos santos será sem fim, também o suplício eterno, dos que o merecem, com certeza não terá fim.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Só Conhecimento não basta - Jonathan Edwards

Não importa quanto as pessoas possam saber sobre Deus e a Bíblia, isto não é um sinal certo de salvação. O diabo antes de sua queda, era uma das mais brilhantes estrelas da manhã, uma labareda de fogo, um que excedia em força e sabedoria. (Isaías 14:12, Ezequiel 28:12-19).

Aparentemente, como um dos principais anjos, Satanás conhecia muito sobre Deus. Agora que ele está caído, seu pecado não tem destruído suas memórias de antes. O pecado destrói a natureza espiritual, mas não as habilidades naturais, tais como a memória. Que os anjos caídos têm muitas habilidades naturais pode ser visto em muitos versos da Bíblia, por exemplo, Efésios 6:12. "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais". No mesmo modo, a Bíblia diz que Satanás é "mais astuto" do que os outros seres criados. (Gênesis 3:1, também 2 Coríntios 11:3, Atos 13:10) Portanto, podemos ver que o Diabo sempre teve grandes habilidades mentais e que é capaz de conhecer muito sobre Deus, sobre o mundo visível e invisível, e sobre muitas outras coisas.

Visto que sua ocupação no princípio era ser um anjo principal diante de Deus, é somente natural que compreender estas coisas sempre tenha sido de primeira importância para ele, e que todas suas atividades tenham a ver com estas áreas de pensamentos, sentimentos e conhecimento. Porque era sua ocupação original ser um dos anjos diante da própria face de Deus e porque o pecado não destrói a memória, é claro que Satanás conhece muito mais sobre Deus do quequalquer outro ser criado. Depois da queda, podemos ver de suas atividades como a tentação, etc., (Mateus 4:3) que ele tem gastado seu tempo para aumentar seu conhecimento e suas aplicações práticas. Que o seu conhecimento é grande pode ser visto em quão enganador ele é quando tenta as pessoas. A astúcia de suas mentiras mostra quão sagaz ele é. Certamente não poderia manejar tão bem suas ludibriações sem um conhecimento real e verdadeiro dos fatos.Este conhecimento de Deus e de Suas obras é desde o princípio. Satanás existia desde a Criação, como Jó 38:4-7 mostra: "Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência... Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?" Assim, ele deve conhecer muito sobre a maneira como Deus criou o mundo, e como Ele governa todos os eventos do universo. Além do mais, Satanás viu como Deus desenvolveu Seu plano de redenção no mundo; e não como um inocente espectador, mas como um inimigo ativo da graça de Deus. Ele viu Deus trabalhar nas vidas de Adão e Eva, em Noé, Abraão, e Davi. Ele deve ter tomando um especial interesse na vida de Jesus Cristo, o Salvador dos homens, a Palavra de Deus encarnada. Quão próximo prestou atenção a Cristo? Quão cuidadosamente ele observou Seus milagres e ouviu Suas palavras? Isto é o porque Satanás se pôs contra a obra de Cristo, e foi para o seu tormento e angústia que Satanás assistiu a obra de Cristo desvelada com sucesso.

Satanás, então, conhece muito sobre Deus e sobre a obra de Deus. Ele conhece o céu em primeira mão. Ele conhece o inferno também, com conhecimento pessoal como sua principal residência, e tem experimentado seus tormentos por todos estes milhares de anos. Ele deve ter um grande conhecimento da Bíblia: pelo menos, podemos ver que ele conhecia o suficiente para ver se conseguia tentar nosso Salvador. Além do mais, ele tem tido anos de estudo dos corações dos homens, seus campo de batalha onde ele luta contra nosso Redentor. Quanto labores, esforços, e cuidados o Diabo usou através dos séculos a medida que ludibriava os homens. Somente um ser com seu conhecimento e experiência sobre a obra de Deus, e sobre o coração do homem, portanto, poderia imitar a verdadeira religião e transformar-se em um anjo de luz. (2 Coríntios 11:14) Portanto, podemos ver que não há nenhuma quantidade de conhecimento sobre Deus e religião que poderia provar que uma pessoa tem sido salva de seu pecado. Um homem pode falar sobre a Bíblia, Deus, e a Trindade.

Ele pode ser capaz de pregar um sermão sobre Jesus Cristo e tudo que Ele fez. Imaginem, alguns podem ser capazes de falar sobre o caminho da salvação e a obra do Espírito Santo nos corações dos pecadores, talvez até mesmo mostrar a outros como se tornarem Cristãos. Todas estas coisas podem edificar a igreja e iluminar o mundo, todavia, não é uma prova certa da graça de Deus no coração de uma pessoa.

Pode também ser visto que as pessoas meramente concordarem com a Bíblia não é um sinal certo de salvação. Tiago 2:19 mostra que os demônios realmente, verdadeiramente, crêem na verdade. Da mesma forma que eles crêem que há um só Deus, eles concordam com toda a verdade da Bíblia. O diabo não é um herético: todos os artigos de sua fé estão firmemente estabelecidos na verdade.

Deve ser entendido que, quando a Bíblia fala sobre crer que Jesus é o Filho de Deus, como uma prova da graça de Deus no coração, a Bíblia tenciona dizer não um mero concordar com a verdade, mas outro tipo de crença. "Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido". (1 João 5:1) Este outro tipo de conhecimento é chamado "a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade". (Tito 1:1) Há um acreditar espiritual na verdade, o que será explicado mais tarde.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A Falsa Religião do "Livre-Arbítrio" - Scott Price

1) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que o homem NÃO é totalmente depravado e que ele possui plena capacidade para ir a Cristo ao usar seu livre-arbítrio, e que Deus aceitará essa pessoa por causa do exercício dessas habilidades. Note: Dizer que o homem NÃO é totalmente depravado significa afirmar que ele possui certa justiça própria digna de merecer algo da parte de Deus.

2) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que Deus o escolhe baseado na observação futura do uso do livre-arbítrio — caso o homem escolha crer —, portanto , Deus elege um homem para a salvação sob a condição de que o livre-arbítrio previsto dessa pessoa escolha a Deus. Note: Dizer que a eleição é condicionada de alguma forma pelo homem é promover a salvação pelas obras, que é uma coisa má e autojustificadora.

3) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que Cristo morreu universalmente por toda humanidade, sem exceção, e que depende do livre-arbítrio do homem tornar a morte de Cristo eficaz. Note: Dizer que a morte de Cristo NÃO é o diferencial entre céu e inferno é competir com o estabelecimento e a obra da justiça que Cristo obteve mediante sua vida e morte .

4) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que o homem pode resistir à vontade de Deus a qualquer hora mediante vontade própria. Note: Dizer que o pecador pode resistir ao chamado eficaz, interno e atrativo do Espírito Santo de Deus — o mesmo poder que levantou Cristo dos mortos — é dizer que o homem possui mais poder que o próprio Deus .

5) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê ser capaz, mediante seu livre-arbítrio, voltar as costas para Deus e, como resultado disso, perder a salvação. Note: O problema com o adepto da teoria do “livre-arbítrio” é que, antes de tudo, ele não entende como a pessoa é salva, muito menos o tópico da preservação ou perseverança. Ele imagina ser alvo da salvação condicional, orientada por obras do princípio ao fim.

Esses cinco pontos — aos quais o adepto da teoria do “livre-arbítrio” da falsa religião se apega — são mentiras de Satanás, opostas à verdade divina. Deus diz que somos justificados pelo sangue e pela justiça imputada de Jesus Cristo, o Senhor. O falso evangelho parece existir em excesso no mundo hoje. Paulo disse em Gálatas 1:9: “Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema”. Se Deus é absolutamente soberano e o autor da salvação eterna, então o livre-arbítrio é um mito. A Palavra de Deus declara dessa forma.

Se o adepto da teoria do “livre-arbítrio” está tão impressionado com seu livre-arbítrio, por que ele não o usa para parar de pecar? Ele não pode fazê-lo, pois não o possui! “Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Romanos 9:16). Toda a glória irá para Deus na salvação de uma pessoa ou não haverá salvação. Deus é zeloso de sua glória e não a partilhará com nenhum adepto da teoria do “livre-arbítrio”. JAMAIS!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cristo Nosso Supremo Pastor

Pr. Sérgio Roberto Pinheiro Gomes


1) O supremo pastor - I Pd 5: 4 Ora, logo que o Supremo pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.

2) O bom pastor – Jo. 10:11,14 Eu Sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas... Eu sou o bom pastor, conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim.

3) O grande pastor – Mq. 5: 4; Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do SENHOR, na majestade do nome do SENHOR, seu Deus; e eles habitarão seguros, porque, agora, será ele engrandecido até aos confins da terra. Hb 13:20 Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança. Ele conhece as suas ovelhas (Jo. 10:14,27) Eu sou o bom pastor, conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim. ...As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem; Ele as chama pelo nome (Jo. 10:3) ; Ele as guia (Sl 23:03); Ele as alimenta (Jo. 10:09); Ele as protege e preserva e lhes dá a vida eterna (Jo.10:28). Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.

4) O grande pastor – Mq. 5: 4; Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do SENHOR, na majestade do nome do SENHOR, seu Deus; e eles habitarão seguros, porque, agora, será ele engrandecido até aos confins da terra. Hb 13:20 Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança. Ele conhece as suas ovelhas (Jo. 10:14,27) Eu sou o bom pastor, conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim. ...As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem; Ele as chama pelo nome (Jo. 10:3) ; Ele as guia (Sl 23:03); Ele as alimenta (Jo. 10:09); Ele as protege e preserva e lhes dá a vida eterna (Jo.10:28). Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Um Pouco Sobre A Eleição dos Escolhidos

(1). Que a eleição tem lugar quando somos salvos, porque estamos eleitos “em” Cristo.


Isto está afirmado em Efésios 1:4, que citamos há pouco. Notai, porém, que esta mesma passagem faz a eleição eterna. Por que invocarão os homens uma passagem isolada da Escritura contra si mesma?


A afirmação que fomos eleitos “em” Cristo não quer dizer senão que Cristo foi o fundamento de nossa eleição (sendo a eleição na base de Sua obra salvadora), e que nós fomos pré-conhecidos como estando em Cristo no propósito de Deus. A linguagem aqui é a linguagem d’Aquele que no Seu propósito, “chama as coisas que não são como se fossem” (Romanos 4:17). Temos um outro exemplo disto em Romanos 8:29,30, onde a chamada, a justificação e a glorificação dos eleitos todas estão postas no passado. Nós não estávamos atual e experiencialmente em Cristo na eternidade; nem fomos atual e experiencialmente chamados, justificados e glorificados na eternidade; mas estávamos no propósito de Deus e isto é o significado da passagem há pouco citada.


(2). Que somos eleitos quando somos salvos na base que a Escritura nunca aplica o termo “eleito” a ninguém, exceto aos salvos.


Verdade é que o termo “eleito” faz referência exclusiva às pessoas salvas em alguns lugares da Escritura. Tal uso do termo pode ser visto em Mateus 22:24; Lucas 18:7; Romanos 8:23; I Pedro 1:2. Estas passagens se referem somente àqueles em que a eleição se aplicou e se fez experimental; mas não é a este só que se aplicou o termo “eleito” e os seus equivalentes. Em Efésios 1:4 e II Tessalonicenses 2:13, como já vimos, os eleitos dizem-se ter sido tais desde a eternidade. Então o termo “ovelha” é equivalente ao termo “eleito” e em João 10:16 temos a aplicação de Cristo do termo “ovelha” aos gentios perdidos que ainda estavam para ser salvos. Diz essa passagem:


“Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco (a nação judaica): a elas também devo trazer e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e um pastor.”


Mas, para maior destroço dos arminianos, achamos que II Timóteo 2:10 aplica o termo “eleito” na sua forma possessiva aos que não estavam salvos ainda. Diz esta passagem:


“Tudo aturo por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação em Cristo Jesus com glória eterna”.


(3). Que somos eleitos quando somos salvos na base que a Escritura põe a chamada antes da eleição.


É fato que, algumas vezes, em se referindo tanto à chamada como à eleição dos crentes, ou em aludindo aos chamados e eleitos, a Escritura menciona primeiro os chamados. Vide Mateus 22:14; II Pedro 1:10; Apocalipse 17:14. Os “chamados” de Mateus 22:14 (a palavra grega sendo um adjetivo usado substantivamente) são aqueles a quem soa através de pregação do Evangelho a chamada somente geral, externa e, na maior parte, ineficaz. Esta classe se compõe de muitos. Mas dos tais, apenas uns poucos, comparativamente falando, pertencem aos escolhidos, como se evidência pelo fato que somente os poucos crêem no Evangelho. As outras duas passagens citadas mencionam a chamada e a eleição na ordem em que se realizam na experiência. Um conhece sua eleição somente pela chamada (vivificação) que recebeu do Espírito Santo. Que as passagens dadas supra não fixam a ordem cronológica, ou mesmo a lógica, da chamada e eleição, está evidente das provas que foram dadas da eternidade da eleição, e de Romanos 8:29,30, onde a ordem é, manifestamente, a verdadeira ordem lógica. Ali a presciência e predestinação, que envolvem a eleição, se colocam antes da chamada. Então Romanos 8:28 afirma que somos chamados (particularmente, internamente e eficazmente) “segundo o Seu (de Deus) propósito”. E este propósito envolve eleição. De modo que a eleição deve preceder a chamada, tanto como o propósito de chamar deve preceder a chamada atual, uma vez que a chamada é segundo o propósito divino.


Os que forçam esta objeção contra a eternidade da eleição carecem de notar que a Escritura não nomeia sempre as coisas tanto na sua ordem lógica como na cronológica; por exemplo, II Timóteo 1:9 põe a salvação antes da chamada.


(4). Que a eleição tem lugar quando somos salvos na base que somos eleitos por meio da santificação do Espírito e crença da verdade.


Esta objeção se baseia na tradução de II Tessalonicenses 2:13 e I Pedro 1:2 segundo a versão do Rei Tiago. A primeira passagem diz na referida versão que somos eleitos “para a salvação por meio da santificação do Espírito e crença da verdade”. A segunda, na mesma versão, diz que somos “eleitos... pela santificação do Espírito para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo”. A preposição grega traduzida na versão do Rei Tiago “através de” é “em”. E é um tanto desconcertante para os arminianos notar que a Versão Revista traduz esta preposição por “em” em vez de “através de”. E é a eles ruinoso notar que N. M. Williams diz desta preposição: “Ela expressa um estado, não um ato; não “através de”, mas “em”. A preposição grega rara expressa instrumentalidade” (An American – Baptist – Commentary on the New Testament).


A preposição grega alude ao estado em que estava o povo no tempo em que se lhe dirigiu e não significa o meio pelo qual se tornou eleito de Deus.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Dom de Línguas e de Interpretação


1- O que era ou em que consistia este dom. O verdadeiro dom de línguas consistia em falar uma língua ou dialeto o qual era anteriormente completamente desconhecido para aquele que falava, mas conhecido por algum grupo étnico daquela época. Havia conteúdo e um significado real nas palavras proferidas, e não mera balbuciação ou palavras e frases sem nexo. No dia de Pentecostes, "cada um os ouvia falar na sua própria língua." [literalmente !dialeto?] (Atos 2:6.) Além disto, enquanto Pedro explicava este milagre para a multidão, ele iguala o dom de línguas ao dom de profecias ao citar a profecia de Joel: "E também do meu espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão" (v.18). Novamente, I Coríntios 14:5 iguala o dom de profecia ao de línguas se houver intérprete, pois "o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação."

I Coríntios 12:30 refuta a idéia popular de que todo convertido falava em línguas. Mesmo em Corinto, Paulo pergunta; "falam todos diversas línguas? Interpretam todos?"

A idéia moderna de que há outro tipo de dom de línguas, ou a língua dos anjos, é simplesmente estranha as Escrituras e deve ser rejeitada. O dom que alguns dizem possuir, que não passa de balbuciação, não é o verdadeiro dom de línguas.

2- Seu Propósito. Um dos propósitos deste dom era mostrar ao Judeu que Deus estava julgando a sua nação. "De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis" (I Coríntios 14:22). Desde o tempo de Abraão, Deus tem falado para eles em Hebraico; mas agora, após a vinda de Cristo, Deus estava falando com eles em outras línguas, ou seja, as línguas dos gentios, para mostrar ao Judeu que o privilégio que eles tinham como nação chegara ao fim, pois os gentios também seriam participantes da aliança da graça. O fim da nação judaica ocorreu no ano 70 D.C, quando Jerusalém foi destruída. A partir daí, o sinal do julgamento, a saber, o dom de línguas, não era mais relevante nem necessário.

Um outro propósito para o dom de línguas, quando acompanhado do dom de interpretação, era o de edificar os convertidos no ajuntamento local. A interpretação de línguas, assim como o dom de profecia, serviram de forma direta para que a igreja recebesse "parcelas" da verdade. "Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos" (I Coríntios 13:9). Deus concedeu estes dons temporários enquanto a igreja estava no estágio de menino, e precisava se alimentar com alimento adequado, mas este foi substituído por uma perfeita e completa revelação, quando o Novo Testamento se completou. "Mas, quando vier o que é perfeito [Literalmente, maduro, adulto, completo] então o que é em parte será aniquilado" (v.10). A Palavra de Deus escrita, é um alimento e uma dieta perfeitamente balanceada para os Cristãos de hoje. O falar em línguas hoje, iria nos confinar a um estado de perpétua infância.

3- Sua Duração. Desde que a função do dom de línguas, quando interpretada, era o mesmo que o de profecia, e que este cessou juntamente com o de apóstolos, o dom de línguas terminou da mesma maneira ou época. Isto foi exatamente o que Paulo falou para a igreja de Corinto que aconteceria; "o amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá" (I Coríntios 13:8). As línguas foram um bloco utilizado no fundamento da igreja, o qual foi completamente concluído nos tempos apostólicos. Ou, usando a analogia de Paulo, estes dons milagrosos pertenceram à época de infância da igreja, mas Deus nunca teve a intenção de que ela permanecesse para sempre neste estágio! "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, quando cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino" (v. 11).

O fato de encontrarmos em I Coríntios 14, um guia para o uso dos dons na igreja, não significa que eles permaneceriam para sempre. Além disso, essa orientação nem mesmo é seguida por aqueles que dizem possuir este dom hoje. Somente aos homens era permitido usar estes dons (v. 34), e se houvesse interprete, e não mais que três em cada culto, e também não deveriam fazê-lo de forma simultânea, mas um após o outro.
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