terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A verdadeira história de Gezuis

Por Hermes Fernandes

Nasceu no Palácio de Herodes em Jerusalém, centro do poder judaico. Veio para o que era seu, e os seus o receberam, e com muitas pompas!

Aos doze anos já discutia novas rotas comerciais e estratégias de conquista com os conselheiros reais.

Seu primeiro milagre aconteceu num pomposo casamento na realeza. Transformou a água em suco de caju, não por haver faltado bebida na festa, mas apenas para dar uma gorjeta do seu poder. Poderia tê-la transformada em vinho, vodka, ou até whisky, se quisesse. Mas preferiu não escandalizar a ala mais conservadora e fundamentalista dos religiosos.

Aos 30 anos, foi batizado na piscina da cobertura do palácio, por um dos profetas badalados da época. Enquanto descia às águas, viu-se uma águia, símbolo de conquista, sobrevoar sua cabeça, e uma voz que bradou de algum lugar: Este é o cara! Vai e arrasa!

Saiu dali e foi para uma região praiana, tirar quarenta dias de férias antecipadas. Não precisou ser tentado em nada, pois nunca se negou bem algum. Transformou pedras em pizza, só pra se divertir. E ainda fez malabarismo no pináculo do templo, pra tirar uma onda com os sacerdotes. No final das férias, subiu um monte bem alto, avistou os reinos deste mundo e disse pra si mesmo: Tudo isso me darei!


Ao deparar-se com um cobrador de impostos desonesto, que subira numa árvore só pra lhe ver, Gezuis lhe disse: Como é que é, meu irmão! Vamos ou não vamos dividir esta grana? Desce logo, que tô com pressa! Hoje me convém me hospedar no melhor hotel da região.

Ao ser tocado por uma mulher hemorrágica, esbravejou: Tira essa louca daqui! Não sabe que a Lei proíbe qualquer aproximação de uma pessoa em seu estado? Imunda!

Por onde passava, seus discípulos estendiam um cordão de isolamento, para que leprosos, morféticos, cegos, endemoninhados, e todo tipo de gente asquerosa não ousassem se aproximar do Rei da cocada preta.

Diferente era o trato que dispensava aos fariseus e religiosos da época.

Venham a mim, todos os que querem alguma vantagem da religião. Vocês serão cabeça e não cauda. Comerão o melhor da terra! Unam-se a mim, e eu lhes farei milionários. Aprendam comigo, que sou malandro e esperto de coração. Espertos são os que riem da desgraça alheia. Espertos são os que gostam de ver o circo pegar fogo. Espertos são os que têm fome e sede de sucesso. Eu saciarei seu ego!

Quando procurado por um jovem rico, disse-lhe, sem o menor pudor: Quer sociedade? Vamos rachar esta grana? Vai ter um lugar especial no meu reino, garoto...

E quando entrou em Jerusalém montado naquele exuberante corcel branco 0 km? Foi tremendo! Não tinha pra ninguém!

Cruz? Que cruz? Tá doido? Cruz é pra gente como Jesus, aquele nazareno nascido numa manjedoura. Eu vim pra ter vida, e vida com abundância. Quem quiser vir após mim, passa tudo o que tem pra minha conta, e me siga. Ou tudo ou nada! Ou dá ou desce!

Revolucionário? Que nada! Graças a um conchavo político feito às escuras com o Império Romano, Gezuis garantiu para si a sucessão de Herodes, e viveu muitos e muitos anos.

Ao morrer, farto de dias, Gezuis confiou seu legado a um grupo de discípulos seletos, que juraram que sua mensagem jamais seria esquecida, e que ao longo dos séculos, sempre haveria quem a promovesse em sua própria geração. Partiu ordenando que cada um dos seus discípulos lhe beijasse os pés, em sinal de submissão. E que aprendessem a se servir uns dos outros, e ainda se servir dos poderes constituídos, sem jamais criticá-los ou censurá-los.

Promessa feita, promessa cumprida.

Basta ligar a TV, o rádio, ou mesmo acessar a internet, para se dar conta de quantos discípulos de Gezuis ainda dão eco à sua voz.


Fonte: Púlpito Cristão


segunda-feira, 28 de dezembro de 2009


quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Uma história de Natal


A história de John Pierpont é uma seqüência de fracassos. Após formar-se na Universidade de Yale, iniciou sua carreira de professor, mas faltava-lhe energia para manter a ordem na classe. Por isso, fracassou como docente. Tentou a advocacia, mas era excessivamente escrupuloso, e os colegas mais espertos sempre levavam a melhor sobre ele. E mais uma vez fracassou. Resolveu ser comerciante, mas vendia muito barato e não sabia dizer não aos pedidos de fiado. Também fracassou.

Talvez o pastorado fosse o lugar ideal para uma pessoa tão generosa. Por isso, John Pierpont matriculou-se no curso de Teologia da Universidade de Harvard. Formou-se e foi ordenado pastor, mas fracassou também no pastorado. Tentou a política, porém não conseguiu eleger-se para nenhum cargo.

John Pierpont faleceu em 1866, com oitenta e um anos de idade, alquebrado por inúmeras frustrações. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de Mount Auburn, em Cambridge, Massachusetts. E sobre seu túmulo há uma pequena lápide de granito, onde está escrito: JOHN PIERPONT - POETA, PREGADOR, FILÓSOFO, FILANTROPO. Ele viveu seus últimos anos num emprego muito humilde, numa das subseções do Ministério da Fazenda, em Washington, abrindo e fechando gavetas de arquivos.

Mas o nome de John Pierpont ficou gravado na história não por seus fracassos, mas por um grande sucesso. Numa fria tarde de inverno, enquanto caía a neve, ele escreveu numa partitura as notas de Jingle Bells, a canção que celebra a alegria de se deslizar pelo escuro gelado das noites brancas, num trenó puxado por um cavalo. Quase cento e cinqüenta anos após o falecimento de John Pierport, milhões de pessoas ao redor do mundo são embaladas por essa linda canção de Natal. Apesar de tantos fracassos, uma única canção foi o suficiente para gravar na História o nome de John Pierpont.

Muito mais importante do que ter o nome gravado na História é tê-lo escrito no Livro da Vida. Neste livro estão gravados os nomes daqueles que viverão eternamente felizes com Jesus. “Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor” (Apocalipse 21.3,4). Foi para nos garantir essa felicidade que Jesus veio ao mundo. Ele nasceu, viveu e, por fim, morreu pregado em uma cruz para pagar pelos nossos pecados e nos garantir a salvação. A Bíblia diz: Dificilmente alguém morreria por um justo. Mas Deus prova o seu própria amor para co­nosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda peca­dores. Logo, muito mais agora, sendo justi­ficados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira (Romanos 5.7-9).

- Rev Adão Carlos no boletm da Igreja Presbiteriana de Campinas www.ipcamp.org.br

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Bento XVI proclama João Paulo II venerável

João Paulo II foi proclamado venerável, pelo Vaticano, no último sábado, 19 de dezembro. O Papa Bento XVI assinou um decreto que reconhece que o antecessor dele viveu a fé cristã de forma heróica.

Também Pio XII foi considerado um seguidor heróico da fé cristã, merecendo o mesmo título.

O reconhecimento abre caminho para a beatificação e a posterior canonização de ambos.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Qual e a primeira grande tradução da Bíblia e por quem foi feita?

A primeira tradução da Bíblia foi feita em grego e é dita LXX, ou Septuaginta, realizada por 70 anciãos de Jerusalém em Alexandria, no Egito. Trata-se, porém, de uma tradução somente do Antigo Testamento, pois foi feita ainda antes de Cristo: uma tradução do hebraico ao grego. De fato o Antigo Testamento foi escrito em hebraico.

Nós conhecemos a sua história graças sobretudo à conhecida Carta de Aristeia. Esse texto narra como Demétrio Falero, bibliotecário da famosa biblioteca de Alexandria, no Egito (fundada em 331 antes de Cristo por Alexandre Magno), pediu que fosse dada uma cópia da Lei dos judeus para a sua biblioteca, que era muito famosa e possuía 700.000 volumes. É importante sublinhar a influência que os judeus tinham em Alexandria, no terceiro século antes de Cristo, no tempo dos Ptolomeus. Dos 5 quarteirões da cidade, dois eram habitados por eles. E, do ponto de vista legal, os hebreus formavam uma entidade autônoma, governada por um etnarca, com o próprio tribunal.
Não sabemos bem quando começou a tradução da Bíblia Hebraica. Alguns dizem que isso aconteceu quanto, em 275 antes de Cristo, Ptolomeu II Filadelfo decidiu reformular o sitema jurídico do estado, englobando nele as legislações das etnias menores. A verdade é que o rei acolheu o pedido do bibliotecário e fez o pedido ao Sumo Sacerdote de Jerusalém, que enviou 72 anciões, 6 de cada tribo, encarregados de fazer a tradução. Cada um dos tradutores começou o trabaho e, no final, produziram uma versão idêntica da Torá (o Pentateuco) em grego. Os outros livros foram traduzidos sucessivamente.

Essa tradução é tão importante que muitas vezes se discute até mesmo sobre a sua inspiração, ou seja, alguns retém que o seu texto seja inspirado por Deus (Justino, Irineu, Clemente de Alexandria, Cirilo de Jerusalém e, recentemente, P. Benoit, P. Grelot). Os argumentos para tal tese são:
1) A versão grega é uma direta e providencial preparação à composição do Novo Testamento em grego;
2) Diversas passagens da LXX não são simplesmente uma tradução, mas representam um progresso e uma evolução do texto hebraico;
3) Alguns textos do original hebraico se perderam e os conhecemos apenas na versão grega.

Apesar desses argumentos eloquentes, existem muitas exegetas que pensam que é exagerado defender a inspiração da LXX. As diferenças de textos entre o grego e hebraico, segundo esses exegetas, deve simplesmente ser tratada como uma questão de crítica textual.

A LXX, no tempo de Cristo, era uma das versões que existia à disposição. Havia também o texto hebraico e ainda o Targum (Targumim no plural), que é a tradução (texto também parafraseado) em aramaico da Bíblia hebraica, do Antigo Testamento.

Uma tradução importante foi feita por Jerônimo, no século IV: a Vulgata. É a tradução de toda a Bíblia em latim, feita sob encomenda do Papa Damaso I para ser o texto oficial da Igreja. De fato, este texto se tornou, até o Concílio Vaticano II, o texto usado na liturgia da igreja católica. Esse texto suplantou outras versões latinas (Vetus latina) existentes então, que não tinham um caráter oficial.

Em português, a primeira tradução foi feita por João Ferreira de Almeida, em 1753.

Resposta de Luiz da Rosa - Em 25/09/2009
Bacharelado em teologia em Jerusalém (1994)
Mestrado em Ciências Bíblicas no Pontífico Instituto Bíblico de Roma (2000)
Professor no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (1995 e 2001).
Atualmente trabalha em Roma, no setor de comunicações.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Cálculos de cientistas indicam que a Bíblia está certa.

Cientistas do programa espacial dos Estados Unidos, valendo-se de equipamentos avançados de informática, descobriram que são reais relatos bíblicos dando conta que há cerca de 3 mil anos o Oriente Médio ficou iluminado por um dia inteiro, e de outra vez o correr das horas voltou para trás por 40 minutos.


Os fatos, até agora considerados meras lendas do passado, foram comprovados por Robert C. Newman, PhD em astrofísica, e também pela equipe da empresa Curtis Engine Company, de Baltimore, Maryland, ambos citados por Harold Hill, presidente do Programa Espacial americano, em relato divulgado em Washington. Hill também contou a mesma descoberta para a publicação Science Speaks, newsletter da Editora Schoreder, dos EUA.

A Terra, naquele passado bíblico, aparentemente alterou seus movimentos em relação à Lua e ao Sol, e durante mais horas uma parte ficou iluminada e outra tão escura quanto à noite.

PASSADO. Os cálculos da constatação foram feito no Centro Espacial Goddard, em Green Bell, maryland. Estava sendo conferida a posição do Sol, Lua e Planetas do Sistema Solar no Espaço, de maneira a saber-se exatamente onde estavam em diversos momentos do passado desde 100 anos atrás.

Os cientistas da Nasa estavam ordenando o computador calcular para a frente e para trás, através dos séculos, quando houve uma parada brusca do equipamento: o computador parou e ligou um sinal vermelho, que significa que algo está errado. Inicialmente os cientistas pensaram que havia erro com as informações que o alimentaram ou com os resultados de parte dos cálculos . O pessoal da informática foi chamado, e concluiram: Não é a máquina. Está faltando um dia no passado. Os cientistas ficaram abismados. Não havia explicação possível para isso. Foi quando um deles comentou: "Quando eu era criança, na escola, falaram sobre um dia em que o Sol parou. Foi então que novos cálculos foram providenciados.

A descoberta dos cientistas da Nasa estão na Bíblia, no livro de Josué. Segundo o trecho, Josué estava preocupado pois seu povo estava cercado por inimigos e se a escuridão da noite chegasse, eles poderiam ser dizimados. Então, ainda segundo a bíblia, Josué pediu a Deus que fizesse o Sol parar . (Josué, 10: 12-13). Os cientistas fizeram o computador conferir os dias nos período citado pela Bíblia e descobriram que havia realmente a perda de 23 horas e 20 minutos no tempo. O fato bíblico não durou um dia, mas exatos menos 40 minutos que isso. Os cientistas sentiam-se em apuros com a perda de 23 horas e 20 minutos no passado: Não eram 24 horas exatas, em isso era uma nova incógnita a ser esclarecida para estabelecer as órbitas de satélites. Foi então que um especialista em Bíblia informou que em outra passagem bíblica constava a informação de que em outra certa vez o Sol andou para trás. A narrativa desse segundo fato está no segundo livro dos Reis. Isaías. Conforme o relato, ezequiel, em seu leito de morte foi visitado pelo profeta Isaías, que lhe disse que ele ia morrer. Ezequiel não acreditou e pediu um sinal dos céus, como prova. Isaías, então, disse: "Você quer que o Sol avance 10 graus? Não significa nada o Sol avançar 10 graus, mas sim que sua sombra ande 10 graus para trás! Então Isaías falou com o senhor e o senhor fez a sombra do Sol voltar 10 graus. (2 Reis 20: 0-11). Os cientistas do programa espacial dos Estados Unidos surpreenderam-se pela segunda vez. É que 10 graus são exatamente 40 minutos. Então, somando-se as 23 horas e 20 minutos encontrados pelo computador no período de Josué, com os 40 minutos citados na passagem de Ezequiel e Isaías, chega-se exatamente as 24 horas um dia perdido no universo.

O relato de Haroldo Hill é extremamente pessoal e não existe nenhuma documentação a respeito. Isso fez com que sua história fosse muito contestada nos EUA. Entretanto, o mistério continua, apesar de todas as críticas. Agora outros cientistas estão voltando-se para outro fenômeno que poderá ser em breve explicado, o do lapso de tempo de relatos de pessoas envolvidas com objetos voadores não identificados. Fonte: Retirado da Lista Parusia

sábado, 12 de dezembro de 2009

A Formação dos Evangelhos

A Tradição Oral – Após a morte de Cristo (30 d.C.), os apóstolos passaram a pregar a mensagem e a formar a comunidade de crentes na Judéia e Galiléia. Tudo era feito oralmente, baseando-se na força discursiva de Pedro e nos testemunhos dos apóstolos. Era a chamada Tradição Oral que se estendeu por um período de, pelo menos, 15 anos, sustentada pela memória dos apóstolos e discípulos.

O termo "Evangelho" – ‘Evangelho’ vem do grego eu-angélion, que significa "a feliz notícia" comunicada por um mensageiro. Os cristãos se utilizaram do significado do termo ‘evangelho’, e passaram a proclamar ao mundo a mensagem de Jesus como sendo o "Evangelho por excelência" ou o "Evangelho do Reino de Deus", Evangelho que os homens deviam receber com alegria e entusiasmo superior ao habitual, com ânimo renovado. Ainda não significava o texto escrito, mas sim a pregação oral da Boa Notícia, a proclamação do reino messiânico.

Do oral para o escrito – Entre os anos de 45 e 50 d.C., surgiram textos avulsos que relatavam partes da vida de Cristo. Eram perícopes (pequenas histórias), escritas em folhas separadas, sem qualquer preocupação de formar um todo. Houve também a necessidade de gerar um texto completo (corpus), que condensasse um perfil mais amplo sobre a vida do Mestre. Assim, a partir dos anos 50 d.C. começaram a aparecer os relatos mais amplos sobre a vida pública de Cristo. A mais famosa destas compilações é o "documento Q", um suposto texto que comportaria os discursos do Mestre, sem uma biografia ou histórias, mas apenas uma coleção de frases.

O Evangelho de Marcos – Entre os anos 65 e 70 (portanto, após a morte de Pedro), surgiu nas comunidades cristãs um texto (anônimo) que fazia a primeira compilação completa da vida e morte de Cristo. O texto foi atribuído a Marcos (ou João Marcos). Marcos não pertenceu ao grupo dos 12 apóstolos, mas acompanhou Pedro (como tradutor) e Paulo em suas viagens apostólicas. O texto mostra claramente um judeu escrevendo para não judeus, em um grego com vocabulário pobre, as frases são mal ligadas, com grande variação nos tempos dos verbos, ou seja, trata-se de uma narrativa muito próxima da pregação oral.

O Evangelho de Lucas – Entre os anos 70 e 80 surgiu um segundo texto (também anônimo), que a Igreja primitiva identificou como sendo de autoria de Lucas. Lucas era de origem pagã (gentio, não judeu, veja Col 4,10-14), nascido na Antioquia, conhecia a cultura grega, dominava a língua grega com perfeição e exercia a profissão de médico (Col 4, 14). Aparece pela primeira vez na comunidade cristã, pouco depois do ano 50 d.C., como companheiro de Paulo em sua segunda viagem missionária. Com um grego correto e elegante, vocabulário rico e variado, pode ser considerado como a melhor peça literária do Novo Testamento.

O Evangelho de Mateus – Entre os anos 80 e 90 d.C. surgiu um terceiro texto (também anônimo), que a Igreja primitiva identificou como sendo de autoria de Mateus. O autor deste terceiro relato sobre a vida de Cristo era um judeu letrado e profundo conhecedor das Escrituras Judaicas. Conhecia e respeitava as tradições judaicas, mas interpelava rudemente os chefes religiosos de seu povo. A atribuição do texto ao apóstolo Mateus é duvidosa (senão impossível), pois dificilmente ele estaria vivo na época da composição deste Evangelho. O Evangelho de Mateus salienta a figura de Cristo sobre o fundo do novo testamento, fazendo as vezes de novo Moisés, com a clara intenção de provar aos judeus que Cristo era o Messias tão aguardado pelo povo, que veio promulgar o Antigo Testamento.

O Evangelho de João – Por volta do ano 100 d.C. começou a circular nas comunidades cristãs uma quarta compilação dos atos de Jesus. Usando um grego pobre mas correto, o autor montou um texto que parece ter um objetivo único: proclamar que Jesus é o Messias (Jo 20, 31). O seu autor é desconhecido, mas o texto exige uma pessoa ligada ao ambiente cristão e conhecedora da geografia da Palestina. A Igreja primitiva atribuiu este texto ao apóstolo João (o discípulo que Jesus amava, filho de Zebedeu), porém existem muitos fatos que não sustentam esta afirmação.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Por que alguns textos bíblicos aparecem entre colchetes?

Existem mais ou menos cinco mil manuscritos gregos do Novo Testamento, os quais nem sempre concordam entre si. Os textos entre colchetes aparecem em alguns manuscritos gregos, mas não se encontram nos melhores e mais antigos manuscritos gregos existentes . A Comissão de Tradução usou os melhores e mais antigos manuscritos, mas optou por colocar esses outros textos entre colchetes, visto que aparecem em várias outras traduções da Bíblia e não vão contra o que está escrito no restante das Escrituras.



Os muitos manuscritos gregos disponíveis dos textos do NT, podem ser agrupados da seguinte maneira:

1. Textus-receptus (TR) ou Texto-tradicional (TT): maioria, homogêneos, mais novos em idade, porém sempre utilizados na história da igreja.

As traduções Almeida Corrigida e Fiel (ACF) e Almeida Revista e Corrigida (ARC) utilizam basicamente estes.

2. Textus-criticus (TC): minoria, mais antigos em idade, porém descobertos mais recentemente, e utilizados nas traduções bíblicas mais recentes.

Traduções mais novas como Almeida Revista e Atualizada (ARA) e NVI (Nova Versão Internacional) utilizam os dois grupos de manuscritos.

A NVI descreve as diferenças em notas no rodapé, enquanto a ARA coloca entre colchetes o que não está nos manuscritos TC. Diversos versículos são traduzidos de maneira diferente do texto-tradicional.



Exemplo: O episódio que relata o encontro de Jesus com a mulher que ia ser apedrejada (Jo 8,1-11) - Os manuscritos mais antigos não contém essa passagem

domingo, 6 de dezembro de 2009

JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO: O 1º PASTOR DO BRASIL

Eu estava destinado ao sacerdócio, mas a leitura da Bíblia e os meus contatos com os protestantes tornaram-me um mau candidato e depois um pobre, muito pobre padre católico romano. Todos os outros padres, exceto o Bispo, chamavam-me de Padre Protestante (JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO).


No dia 17 de dezembro de 1865 era ordenado, pelo recém-instalado Presbitério do Rio de Janeiro, o primeiro pastor presbiteriano brasileiro, o paulista filho de portugueses Rev. José Manoel da Conceição (1822-1873). Conhecido como o padre protestante, ele não foi apenas o primeiro pastor presbiteriano brasileiro, mas o primeiro pastor brasileiro.


Conceição era sacerdote católico romano quando se converteu ao evangelho. Mas não foi por isso que ele era chamado pelos seus contemporâneos e entrou para a história como o Padre Protestante. É que, mesmo antes de deixar a batina, ele já aborrecia os bispos católicos ao estimular seus párocos a lerem a Bíblia. Quando o Rev. Alexander Blackford (cunhado de Simonton) trabalhava em Brotas, no interior de São Paulo, ouviu falar de certo padre católico romano que lia a Bíblia e manifestava interesse por seus ensinamentos. Blackford fez uma visita de cordialidade ao jovem sacerdote. Essa visita veio a ser o ponto marcante de mudança na vida de Conceição. Convencido de que a igreja romana havia se afastado do verdadeiro evangelho, partiu para o Rio de Janeiro, a fim de se instruir com Simonton, Blackford e Chamberlain. No dia 23 de outubro de 1864, o ex-padre José Manoel da Conceição professava sua fé em Jesus Cristo como seu Redentor e Senhor, tornando-se membro da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. Essas notícias espalharam-se rapidamente e atingiram lugares distantes.

Figura fundamental na expansão do evangelho no território nacional, o Rev. José Manoel da Conceição, além de realizar freqüentes cruzadas no Rio e em São Paulo, fazia questão de visitar a população do interior, não passando por nenhuma fazenda ou casa pobre sem orar e ler a Bíblia com os moradores. Através da influência do ex-padre, as antigas paróquias católicas interioranas acabaram se transformando em igrejas evangélicas. Conceição era homem de grande erudição, emotivo e dotado de influência considerável. Pregava com muito zelo e grandes multidões vinham ver e escutar o ex-padre.


Conceição gastou vinte anos como sacerdote católico (dos 22 aos 42 anos) e oito anos como pastor protestante (dos 43 aos 51 anos). Morreu no dia em que mais uma vez se comemorava no Império do Brasil e do mundo inteiro a encarnação do Verbo, a 25 de dezembro de 1873. Morreu dormindo, na Enfermaria Militar do Campinho, no Rio de Janeiro, depois de ser atendido por um médico e um farmacêutico e depois de pedir para ficar a sós com Deus. Seu corpo está sepultado ao lado do fundador da Igreja Presbiteriana no Brasil, o missionário Ashbel Green Simonton, no Cemitério dos Protestantes, anexo ao Cemitério da Consolação, nas proximidades do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Na lápide de Conceição está gravado: "Não me envergonho do Evangelho de Cristo".


Por causa da data de ordenação do Rev. José Manoel da Conceição, no dia 17 de dezembro comemora-se o dia do pastor.

Retornando ao Passado: O dia 12 de agosto de 1859

O dia 12 de agosto de 1859 é o marco de origem da Igreja Presbiteriana do Brasil. Naquela data chegou ao Porto do Rio de Janeiro o primeiro missionário presbiteriano, Reverendo Ashbel Green Simonton.
"Estou acordado desde as quatro da manhã observando as manobras para adentrar o porto contra o vento e a maré. É um lindo, o mais singular e impressionante que jamais vi. Nunca teria imaginado tal porto, com beleza sublime, protegido de ventos e ondas [...] estamos ainda na entrada do porto, mudando de curso a cada minuto, ora na direção do forte, ora chegando a pequena distância do Pão de Açúcar. Desfiz-me de minha roupa de viagem, dando-a ao cabineiro em agradecimento pelos serviços que me prestou durante a jornada. Estou pronto para desembarcar."(Diário de Simonton)


CRONOLOGIA DO PRESBITERIANISMO NO BRASIL

Alderi Souza de Matos


1859 – primeiro missionário presbiteriano chega ao Brasil (Ashbel G. Simonton)

1862 – fundação da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro

1864 – criação do jornal Imprensa Evangélica

1865 – organização do Presbitério do Rio de Janeiro

1865 – organização das Igrejas de São Paulo e Brotas

1865 – ordenação do primeiro pastor evangélico brasileiro (José Manoel da Conceição)

1867 – Simonton cria no Rio de Janeiro o “Seminário Primitivo”

1869 – chegam os primeiros missionários da PCUS (George Morton e Edward Lane)

1870 – fundação da Escola Americana de São Paulo

1873 – fundação do Colégio Internacional em Campinas

1873 – início da obra presbiteriana no nordeste (Recife)

1888 – organização do Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil

1891 – criação do Colégio Protestante de São Paulo (Mackenzie College)

1892 – Seminário Presbiteriano inicia atividades em Nova Friburgo

1893 – lançamento do jornal O Estandarte, em São Paulo

1893 – início do Colégio Evangélico em Lavras (MG), mais tarde Instituto Gammon

1895 – Seminário Presbiteriano é transferido para São Paulo

1898 – assassinato do crente Manoel Correia Vilela em Pernambuco

1899 – lançamento do jornal O Puritano, no Rio de Janeiro

1899 – primórdios do Seminário Presbiteriano do Norte em Garanhuns (PE)

1900 – organização da Igreja Presbiteriana Unida de São Paulo

1903 – criação da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil

1904 – fundação do Colégio Americano de Pernambuco (Agnes Erskine)

1907 – Seminário Presbiteriano é transferido para Campinas

1908 – início das atividades do Colégio 15 de Novembro, em Garanhuns

1908 – surgimento do jornal Norte Evangélico, em Garanhuns

1909 – templo de São José do Calçado (ES) é queimado por fanáticos

1910 – organização da Assembléia Geral da Igreja Presbiteriana do Brasil

1911 – primeiro missionário da IPB em Portugal (Rev. Mota Sobrinho)

1916 – Rev. Erasmo Braga e outros líderes participam do Congresso do Panamá

1917 – IPB e missões americanas fazem acordo de cooperação (Modus Operandi)

1919 – Seminário Unido inicia atividades no Rio de Janeiro

1921 – Seminário do Norte é transferido para Recife

1925 – segundo missionário da IPB em Portugal (Rev. Pascoal Luiz Pitta)

1928 – fundação do Instituto José Manoel da Conceição em Jandira (SP)

1928 – fundação da Missão Evangélica Caiuá em Dourados (MS)

1933 – fundação do Instituto Bíblico Eduardo Lane – IBEL (Patrocínio, MG)

1934 – criação da Confederação Evangélica do Brasil (CEB)

1937 – primeira Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil

1937 – Assembléia Geral passa a denominar-se Supremo Concílio

1940 – criação da Junta Mista de Missões Nacionais

1940 – criação da Igreja Presbiteriana Conservadora, em São Paulo

1941 – primeiro Congresso Nacional do Trabalho Feminino (Rio de Janeiro)

1946 – primeiro Congresso Nacional da Mocidade Presbiteriana (Rio de Janeiro)

1948 – fundação da Casa Editora Presbiteriana, em São Paulo

1950 – é promulgada uma nova Constituição para a IPB

1950 – criação da Missão Presbiteriana da Amazônia

1955 – instalação do Conselho Interpresbiteriano (CIP)

1956 – Rev. Israel Gueiros funda a Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil

1957 – organização do Supremo Concílio da IPI

1958 – fundação do jornal Brasil Presbiteriano

1958 – IPB envia missionários à Argentina e ao Chile

1959 – presidente Juscelino Kubitschek comparece à comemoração do centenário da IPB

1959 – Seminário do Centenário inicia atividades em Alto Jequitibá

1959 – realiza-se em São Paulo a 18ª Assembléia da Aliança Presbiteriana Mundial

1962 – IPB envia missionário à Venezuela (Rev. Joás Dias de Araújo)

1966 – Rev. Boanerges Ribeiro é eleito presidente do Supremo Concílio

1966 – Geremias Matos Fontes é eleito governador do Rio de Janeiro

1970 – primeiro missionário da IPB no Paraguai (Rev. Evandro Luiz da Silva)

1975 – criação da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil

1978 – Paulo Breda Filho, primeiro presbítero regente a presidir o Supremo Concílio

1978 – criação da Federação Nacional de Igrejas Presbiterianas (FENIP)

1983 – criação da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPUB)

1985 – lançamento das Institutas em português (tradução do Rev. Waldyr C. Luz)

1986 – IPB assina acordo de cooperação com a Igreja Presbiteriana Evangélica (EPC)

1988 – IPB inicia trabalho missionário na Bolívia

1992 – criação do Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper (CPAJ)

1996 – IPB inaugura portal na Internet

1999 – Universidade Presbiteriana Mackenzie cria a Escola Superior de Teologia

2000 – criação da Associação Nacional de Escolas Presbiterianas

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Reflexão do patriarca ortodoxo Abuna Paulus e resposta de Bento XVI

O Patriarca deu um aula sobre o cristianismo primitivo na africa.

Reflexão do Patriarca Abuna Paulus

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém!
Queridos participantes desse grande congresso de Cardeais e Bispos.

Sinto-me honrado e privilegiado em ser convidado para este grande Sínodo e dar uma breve intervenção sobre a África e as Igrejas nesse continente. Sou especialmente grato a Sua Santidade, Papa Bento XVI, que me quis entre os senhores hoje e quem pessoalmente me testemunhou seu amor pela África e sua estima pela Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo, durante nosso último fraternal encontro aqui em Roma.

A África é o segundo maior continente. É a casa de todos os tipos de pessoas com uma grande variedade de cores que vivem em harmonia e igualdade.

Este espectro de cores é um dos de Deus para a África e adiciona beleza ao continente. É, mais que isso, a prova de que a África é um continente onde todos os tipos de pessoas vivem em igualdade não obstante as diferenças de cor e raça.
Antropólogos, filósofos e acadêmicos confirmaram que a África em geral, e a Etiópia em particular, é sem dúvida o berço da humanidade. E a Bíblia Sagrada confirma esta profunda convicção. A história, de acordo com o calendário etíope começa em Adão e Noé. Isso mostra que para os etíopes o início da humanidade, nosso presente e nosso futuro está marcado hoje e para sempre por Deus e Sua salvação.

A África, cuja dignidade ancestral de seu povo está escrita nas pedras do obelisco de Axum, nas pirâmides egípcias, em monumentos e manuscritos, não somente foi uma fonte da civilização. De acordo com a Bíblia Sagrada, a África também foi refúgio para pessoas que foram atingidas pela fome: este é o caso de Judeus no tempo de Jacó quando passaram sete anos no Egito.

A Bíblia Sagrada estabelece que os Judeus e o profeta Jeremias que sofreram grandes agressões dos Babilônios foram salvos na Etiópia e no Egito. Pessoas que viveram no Oriente Médio foram aliviadas de sua fome na Etiópia e no Egito.
O próprio Jesus Cristo e Santa Maria foram recebidos no Egito, enquanto fugiam da armadilha cruel de Herodes. Está claro que os africanos cuidam da humanidade!
A África permanece um continente religioso no qual vivem pessoas que acreditam em Deus Todo-poderoso há séculos. A Rainha de Sabá ensinou a seus compatriotas sobre o Antigo Testamento que ela aprendeu de Israel. Desde então, a Arca da Aliança está na Etiópia, na cidade de Axum.

O filho da Rainha de Sabá, Manlike I, seguiu seu exemplo e tratou de trazer a Arca da Aliança de Moisés para a África, para a Etiópia.

A história do eunuco e forte etíope, bom seguidor das Leis de Moisés, e as práticas e culturas religiosas que existem na Etiópia indicam que a Lei de Moisés foi praticada costumeiramente na Etiópia mais que em Israel. Isso ainda pode ser testemunhado pelo estudo cultural e pelo estilo de vida dos Etíopes.

Foi em Alexandria, no Egito, onde a Bíblia Sagrada foi traduzida em linguagens não hebraicas. Essa tradução africana é conhecida como a “Tradução das Setenta Escolas”. (´Sebeka Likawunt´)
A Sagrada Escritura indica que como nos antigos tempos do Antigo Testamento, os Africanos têm o costume da adoração pela lei de consciência no período do Novo Testamento.
O então rei dos reis etíope, imperador Bazen, foi um dos reis que foram a Belém para adorar o menino Jesus.

O Evangelho nos fala que havia na África, um homem da Líbia, chamado Simão de Cirene que tomou sobre si a Cruz de Jesus enquanto Ele ia para o Gólgota.
E vejam, um eunuco Etíope veio a Jerusalém em 34 AD para adorar a Deus de acordo com a Lei de Moisés. Por ordem do Espírito Santo, o eunuco foi batizado por Felipe. Após seu retorno para a África, o eunuco pregou o Cristianismo a sua nação. Então a Etiópia se tornou a segunda nação depois de Israel a acreditar em Cristo; e a Igreja Etíope se tornou a primeira Igreja na África.
Grandes histórias de fé marcaram os primeiros séculos do Cristianismo na África porque os africanos sempre viveram uma profunda caridade e uma grande devoção ao Novo Testamento.

A África é a região da qual celebraram os escolásticos e os padres religiosos, de onde S. Agostinho, S. Tertuliano, S. Cipriano, como também, S. Atanásio e S. Kerlos vieram. Esses padres são celebrados em todos os continentes em no mundo todo.
S. Yared que compôs lindos hinos da Igreja e quem o mundo reconhece por sua criatividade fora do comum, também é originário da África. S. Yared é um filho da Etiópia. Os hinos de S. Yared estão entre as maravilhas do mundo pelo que a Etiópia é conhecida no mundo. Os feitos desses Padres caracterizam a África.
De acordo com os escolásticos é na África que o primeiro Cânon da Bíblia Sagrada foi definido.

A história também nos relembra do martírio de Cristãos no Norte da África quando, seu rei, um descrente, baixou a espada contra eles na tentativa de destruir completamente o Cristianismo. Ao mesmo tempo, Cristãos que foram maltratados e perseguidos em diferentes partes do mundo vieram para a África, especialmente para a Etiópia que viveram em paz na região.

Devotados etíopes demonstraram também sua incrível hospitalidade aos nove Santos e outras dezenas de centenas de cristãos que foram perseguidos na Europa do Leste e vieram para a África em grupos. As residências e as tumbas desses cristãos perseguidos foram mantidas como santuários sagrados em várias partes da Etiópia.
Na África e na Etiópia temos partes da Santa Cruz. A parte direito da Cruz foi mantida na Etiópia, em um lugar chamado Montanha Goshen.

A Cruz de Cristo foi carregada também por cristãos da África. Penso agora na minha Igreja que recentemente sofreu uma dura perseguição durante a ditadura comunista, com muitos novos mártires entre eles o Patriarca Theophilos, e antes dele, abuna Petros, durante o período colonial. Eu mesmo, quando bispo, passei longos anos na cadeia antes de ser exilado. Quando me tornei Patriarca, após o fim do comunismo, havia muito que reconstruir. Este tem sido nosso trabalho, através da ajuda de Deus, da oração de nossos monges e da generosidade dos fiéis.

A África é potencialmente um continente saudável, com solo fértil, recursos naturais, e uma variedade de espécimes de plantas e animais. A África tem um clima adaptável e possui muitos minerais preciosos. Por que tem sido um continente com muitos recursos naturais inexplorados, muitos mantém seus olhos aí. Isso é também inegável que o ganho da civilização de outras partes do mundo é resultado do trabalho e dos recursos da África.

Os africanos fizeram esse abençoado trabalho para o mundo. O que o mundo fez por eles?

A África foi pessimamente colonizada e seus recursos foram explorados. As nações ricas que exploram os recursos da África só se lembram da África quando precisam de algo dela. Eles não ajudam o continente em sua luta pelo desenvolvimento total.
Cada e toda nação do continente tem vários problemas e desafios. O problema pode ser social, político, econômico, bem como espiritual.

Enquanto a qualidade de vida do povo africano é menor que a do resto do mundo, existem algumas razões porque tais padrões de vida pobres ficam piores e se espalham por todo o continente. A falta de acesso à educação é o maior problema no qual a juventude, como resultado, falha em ter suficiente educação. Nenhuma nação e povo chega ao desenvolvimento a a prosperidade sem educação e conhecimento.

Da mesma forma estamos preocupados, a pandemia de HIV/SIDA não pode ser evitada sem grandes esforços. Entretanto, deveríamos encorajar todas as experiências que nos mostram como curar e resistir ao mal, a dar esperança para a sinergia criadora e providenciar à África os mesmos tratamentos que a Europa recebe. Ao mesmo tempo outros tipos de doenças são constantemente tratadas de modo inadequado. Clamamos ao mundo para que trabalhe em harmonia sobre esse aspecto. O Conselho das Igrejas Africanas está a realizando esforços para diminuir os problemas que ocorrem no continente, especialmente o caos criado por extremistas. Líderes religiosos do Cristianismo e fiéis em geral deveriam dar-se as mãos nessa empreitada.

Em muitos países africanos, as necessidades básicas como alimento, água potável, e segurança não existem. Muitos africanos são vulneráveis devido a falta de muitos serviços básicos. A África declarou a sua liberdade do colonialismo há muito tempo, mas ainda depende muito das nações ricas. A prática tradicional da agricultura e uma insatisfatória introdução dos sistemas de agricultura modernos e a dependência da chuva causam um impacto negativo na segurança alimentar, a migração e a fuga de cérebros está a afectar seriamente o continente.

A África está acorrentada por pesadas dívidas globais que nem a presente geração nem a futura poderão suportar.
Em que modo poderíamos denunciar as guerras civis que são combatidas habitualmente por crianças-soldado, que também são vítimas desses trágicos atos violentos? Como podemos condenar o deslocamento e a latente migração das populações?

A Declaração Internacional dos Direitos do Homem claramente estabelece que qualquer pessoa menor de 18 anos não pode ser membro de um grupo armado porque ele é uma ‘criança’. Entretanto, alguns países estão constantemente forçando crianças menores de 18 anos a entrarem no serviço militar. Isto é uma clara violação dos direitos humanos. Logo, é imperativo para os líderes das Igrejas Africanas chorar em uma só voz para que esse comportamento pare de uma vez.
Então, gostaria de usar o palco para urgir a todos os líderes religiosos a trabalharem pela paz e proteger os recursos naturais que Deus nos deu, e defender a vida e a inocência das ciranças.

Em um significante número de países Africanos, as necessidades básicas como comida e água potável, segurança não existem. Falando em geral, muitos africanos vivem em uma situação na qual há um tipo de escassez de muitas das necessidades e serviços humanos básicos. Embora a África tenha declarado sua liberdade do colonialismo há muito tempo, ainda existem muitas circunstâncias que a fazem dependente de países ricos. A enorme dívida, a exploração de seus recursos naturais por muitos, a prática da agricultura tradicional e a insatisfatória introdução de sistemas modernos de agricultura, a dependência de seu povo da chuva que causa um impacto negativo na garantia da segurança alimentar, a migração e a vazão das mentes de seu povo afetam enormemente o continente.

Estou esperançoso que como os cardeais e bispos Africanos discutiram esse tema previamente, hoje este grande sínodo poderia discutir o tema e propor possíveis soluções.
Acredito que nós, líderes religiosos e Cabeças das Igrejas, temos uma única tarefa e responsabilidade: conhecer e sustentar, quando crermos necessário, as sugestões que vêm do povo, como, ao contrário, para as rejeitar quando contradizem o respeito e o amor pelo Homem, que tem suas raízes no Evangelho.

Espera-se que os cristãos, de fato, sejam mensageiros de mudanças para trazer a justiça, a paz, a reconciliação e o desenvolvimento. Isto é o que vejo perseguido com determinação e humildade pela Comunidade de Sant´Egídio em toda África: frutos de paz e cura são possíveis, e eles minam todas as formas de violência, com a força e a inteligência Cristã do amor. Os líderes religiosos africanos não só tem que estar preocupados com esses trabalhos sociais mas também responder às grandes necessidades espirituais das mulheres e dos homens da África.

O Apostolado e o trabalho social não podem ser tratados separadamente. O trabalho social é o significado do apostolado. Cada palavra deve ser traduzida em prática. Portanto, após cada palavra e promessa, ações práticas precisam seguir. Espera-se também dos padres religiosos que aumentem a percepção do público em honrar os direitos humanos, a paz e a justiça. A sociedade precisa de ensinamentos de seus padres religiosos em uma oferta de ajudá-los a resolver seus problemas em unidade e a livrá-los de serem alvos de um problema.

Então, líderes das Igrejas Africanas, com o poder de Deus Todo-poderoso e do Espírito Santo, precisam falar a linguagem da Igreja. É também necessário ver quando, como e a quem falar. Isto deveria ser feito da segurança das Igrejas.
Estou verdadeiramente feliz em participar deste Sínodo da Igreja Católica para a África. Sou africano. Minha Igreja é a mais velha da África: uma Igreja de Mártires, Santos e monges. Trago o meu apoio como amigo e irmão a este empenho da Igreja para a África. Agradeço mais uma vez Sua Santidade pelo convite e desejo-lhe uma vida longa e um ministério frutuoso.
Falemos do Evangelho de Jesus Cristo ao coração dos Africanos e Jesus retornará a África, como ele fez quando era um menino, junto da Virgem Maria. E paz, misericórdia e justiça virão junto com Jesus!
Que Deus abençoe as Igrejas na África e os seus pastores! Amém!


* * *

Resposta de Bento XVI

Sua Santidade,
Agradeço-lhe do fundo do coração pela sua atenciosa apresentação e por ter aceitado o meu convite para participar desta Segunda Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos. Tenho a certeza de que a minha gratidão e o meu apreço são partilhados por todos os membros da Assembleia.
A sua presença é uma eloquente testemunha da antiguidade e das ricas tradições da Igreja na África. Desde os tempos apostólicos, entre as várias pessoas ansiosas por escutar a mensagem de salvação estavam também pessoas vindas da Etiópia (cf. At 8:26-40). A fidelidade do seu povo ao Evangelho continua a ser evidente não só na sua obediência à sua lei de amor, mas também, como nos lembrou, na perseverança no meio das perseguições e do supremo sacrifício do martírio em nome de Cristo.

Sua Santidade relembrou que a proclamação do Evangelho não pode ser separada do compromisso de construir uma sociedade segundo a vontade de Deus, que respeite as bênçãos da sua criação e proteja a dignidade e a inocência de todas as suas crianças. Em Cristo nós sabemos que a reconciliação é possível, que a justiça pode prevalecer e que a paz poder durar! Esta é a mensagem de esperança que nós somos chamados a proclamar. Esta é a promessa que os povos de África há muito esperam ver cumprida aos nossos dias.

Oremos, então, para que as nossas Igrejas possam estar mais próximas da unidade que é dom do Espírito Santo, e para que sejam testemunhas da esperança trazida pelo Evangelho. Continuemos a trabalhar para o desenvolvimento integral de todos os povos da África, fortalecendo as famílias que são o bastião da sociedade africana, instruindo os jovens que são o futuro da África e contribuindo para a formação de sociedades que se distingam graças à honestidade, à integridade e à solidariedade. Que as nossas deliberações durante estas semanas possam ajudar os seguidores de Cristo em todo o continente a serem exemplos convincentes de rectidão, misericórdia e paz, e a luz que guia o caminho das futuras gerações.

Sua Santidade, agradeço-lhe mais uma vez pela sua presença e pelas suas válidas reflexões. Possa a sua participação deste Sínodo ser uma bênção para as nossas Igrejas.

[©Libreria Editrice Vaticana]

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Papa convida ortodoxos a superarem diferenças históricas com Roma.

“Enquanto chega a plena comunhão, demos testemunho comum”

Por Inma Álvarez

ISTAMBUL, segunda-feira, 30 de novembro de 2009 (ZENIT.org). - O Papa Bento XVI pediu ao patriarca Bartolomeu I de Constantinopla que ambos, católicos e ortodoxos, possam trabalhar juntos e dar um maior testemunho comum, ainda que não se tenha alcançado a comunhão plena entre as igrejas.

Assim expressa em uma longa mensagem, enviada ao patriarca ecumênico através do presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Walter Kasper.

O purpurado se encontra hoje em Istambul, à frente de uma delegação da Santa Sé, por ocasião da festa do apóstolo Santo André, padroeiro das igrejas orientais.

Bento XVI pede, em sua mensagem, que continuem avançando no caminho rumo à comunhão plena, “apesar das dificuldades”, superando as feridas do passado.

Nossa crescente amizade, nosso respeito recíproco, nossa vontade de encontrar-nos e de reconhecer uns aos outros como irmãos em Cristo não deveriam ser obstaculizados por aqueles que permanecem ancorados em sua lembrança de diferenças históricas: isso os impede de abrir-se ao Espírito Santo, que guia a Igreja e que é capaz de transformar todas as fraquezas humanas em oportunidades para o bem”, afirma.

Especialmente, anima a prosseguir o diálogo iniciado na reunião da Comissão Mista Católico-Ortodoxa em Chipre do último mês de outubro, na qual se refletiu sobre o papel do bispo de Roma no primeiro milênio cristão, antes do Grande Cisma.

Este tema, admite o Papa, “é certamente complexo e requererá um estudo amplo e um diálogo paciente, se quisermos aspirar a uma integração compartilhada das tradições do Oriente e do Ocidente”.

Explica que, para a Igreja Católica, o ministério petrino é “um dom do Senhor para a sua Igreja”, que “não deve ser interpretado a partir de uma perspectiva de poder, e sim no âmbito de uma eclesiologia de comunhão, como serviço à unidade na verdade e na caridade”.

“Trata-se de buscar juntos, deixando-nos inspirar pelo modelo do primeiro milênio, as formas pelas quais o ministério do bispo de Roma possa realizar um serviço de amor reconhecido por todos”, acrescentou.

Testemunho comum

Enquanto esta comunhão plena não for alcançada, é importante, no entanto, ir mostrando diante da sociedade um maior testemunho comum, “cooperando ao serviço da humanidade”, afirma o Papa.

Católicos e ortodoxos devem colaborar “na defesa da dignidade da pessoa humana, na afirmação dos valores morais fundamentais, na promoção da justiça e da paz e em dar resposta ao sofrimento que continua atingindo nosso mundo, em particular a fome, a pobreza, o analfabetismo e nossa não equitativa distribuição dos recursos”.

Outro campo de cooperação, aponta o Papa, é a questão do meio ambiente: “Nossas igrejas podem trabalhar juntas para chamar a atenção sobre a responsabilidade da humanidade pela tutela da criação”.

Neste sentido, o Papa mostra seu apoio às iniciativas empreendidas por Bartolomeu I, especialmente à sua participação no simpósio internacional sobre “Religião, Ciência e Meio Ambiente”, dedicado ao rio Mississipi, no último mês de setembro.

Relíquias: Pedaços de fé

Situadas num campo fronteiriço entre a fé e a superstição, as relíquias são encaradas com muita cautela pela Igreja. Com o propósito de evitar abusos, o Vaticano instituiu uma espécie de selo de autenticidade para as relíquias dos santos e para as de Cristo. Mas em muitos casos prefere não se intrometer para não ferir suscetibilidades.

A Catedral de Colônia, na Alemanha, por exemplo, abriga a suposta tumba dos três reis magos, os peregrinos que segundo as Escrituras visitaram a sagrada família por ocasião do nascimento de Jesus em Belém. "Sabemos que nem reis eles eram e é pouco provável que seus restos mortais estejam realmente na igreja", diz o historiador monsenhor Maurílio César de Lima. Na Igreja de Santa Maria Maior, em Roma, reside outra relíquia de origem ainda mais nebulosa, as tábuas da manjedoura onde Jesus foi colocado ao nascer. Uma delas contém inscrições em grego do século VIII. Mesmo sem confirmação de autenticidade, esse pedaço do presépio atrai a atenção de milhares de fiéis.

"As relíquias tinham um cunho político e econômico", explica o especialista em história da Igreja Eduardo Hoornaert. "Eram usadas para aumentar o prestígio das igrejas e atrair mais fiéis." Foi tudo uma espécie rudimentar de marketing que as paróquias faziam. Sem ferir sua doutrina, o cristianismo soube lançar mão de artifícios desse tipo para triunfar no mundo. A origem do culto a Nossa Senhora, mãe de Deus, por exemplo, está relacionado com a devoção às deusas do lar, tradição que os romanos herdaram dos gregos. Os primeiros líderes cristãos usaram o culto a Nossa Senhora para contrapor a essa prática pagã. Martinho Lutero costumava argumentar contra a devoção às relíquias na época da reforma protestante dizendo que só na Alemanha havia 26 túmulos para apenas doze apóstolos. Lutero brandia o argumento de que com a madeira que se acreditava ter sido parte da cruz de Cristo dava para construir um navio de guerra. Hoje, quando os navios de guerra não são mais feitos de madeira, pode-se dizer que existem cruzes tidas como autênticas em quantidade suficiente para encher várias cargas de caminhão. As relíquias de Cristo, por serem as mais valiosas e as mais remotas, são também as que têm sua autenticidade mais questionada. Além da cruz, existem pelo mundo diferentes versões dos cravos da crucificação, de espinhos da coroa, do véu com que Verônica enxugou o rosto de Cristo no caminho do Calvário – e até da coluna onde Jesus foi amarrado para ser açoitado.

Despojos e objetos dos santos, as relíquias são cultuadas desde os primeiros anos do cristianismo. Sua origem está associada ao costume dos cristãos que se reuniam para rezar em torno dos túmulos dos mártires. No século IV, Helena, mãe de Constantino, o imperador romano que reconheceu o cristianismo, fizera trazer de Jerusalém o que considerava ser a cruz em que Cristo foi crucificado. A lenda conta que ao cabo das buscas para encontrar a cruz foram descobertas três peças enterradas num poço. Para saber qual era a de Cristo foi feito um teste. Um doente foi colocado diante das três cruzes e pôs a mão em cada uma. Ao tocar a verdadeira, ficou curado. A cruz foi colocada na Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, mas acabou se perdendo. Reforçando a importância dada às relíquias, o Vaticano criou a obrigatoriedade da presença de uma pedra com a incrustação da relíquia de um santo conhecido para consagrar um altar. Até o Concílio Vaticano II, os padres só podiam celebrar missa sobre essa pedra, chamada de pedra de ara.

A mais famosa e venerada das relíquias de Cristo é o Santo Sudário de Turim. Tido como o lençol no qual foi embrulhado o corpo de Cristo depois de sua morte, o tecido já foi objeto de estudos e testes científicos que não chegaram a um resultado conclusivo. Um teste de idade feito com a técnica do carbono 14, realizado em 1988 por cientistas da Universidade de Arizona, nos Estados Unidos, revelou que o pano teria sido fabricado mais de 1.000 anos depois da morte de Cristo. Mas exames posteriores, comandados por professores da Universidade de San Antonio, do Texas, constataram que o resultado do primeiro teste não era definitivo. O Santo Sudário poderia mesmo ser da época da morte de Cristo. É a única contribuição que a ciência pode dar no caso. Sabe-se que as marcas deixadas no lençol, a imagem de um homem flagelado em negativo, não foram produzidas por tinta e por nenhum processo de pintura conhecido até a época em que foi encontrado, no século XIV. Afora isso, tudo passa a ser uma questão de fé. Para a Igreja essa é a relíquia da Paixão de Cristo que merece mais credibilidade. Exposto à visitação pública no ano passado, o Santo Sudário foi visto e reverenciado por 10 milhões de devotos.
Fonte: Revista Veja - 29/04/1999

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Nos Caminhos do Antigo Testamento: O Templo de Salomão II

O Rei Salomão começou a construir o templo no quarto ano de seu reinado seguindo o plano arquitectónico transmitido por Davi, seu pai (1 Reis 6:1; 1 Crónicas 28:11-19). O trabalho prosseguiu por sete anos. (1 Reis 6:37, 38) Em troca de trigo, cevada, azeite e vinho, Hiram ou Hirão, o rei de Tiro, forneceu madeira do Líbano e operários especializados em madeira e em pedra. Ao organizar o trabalho, Salomão convocou 30.000 homens de Israel, enviando-os ao Líbano em equipas de 10.000 a cada mês. Convocou 70.000 dentre os habitantes do país que não eram israelitas, para trabalharem como carregadores, e 80.000 como cortadores (1 Reis 5:15; 9:20, 21; 2 Crónicas 2:2). Como responsáveis pelo serviço, Salomão nomeou 550 homens e, ao que parece, 3.300 como ajudantes. (1 Reis 5:16; 9:22, 23)

O templo tinha uma planta muito similar à tenda ou tabernáculo que anteriormente servia de centro da adoração ao Deus de Israel. A diferença residia nas dimensões internas do Santo e do Santo dos Santos ou Santíssimo, sendo maiores do que as do tabernáculo. O Santo tinha 40 côvados (17,8 m) de comprimento, 20 côvados (8,9 m) de largura e, evidentemente, 30 côvados (13,4 m) de altura. (1 Reis 6:2) O Santo dos Santos, ou Santíssimo, era um cubo de 20 côvados de lado. (1 Reis 6:20; 2 Crónicas 3:8)

Os materiais aplicados foram essencialmente a pedra e a madeira. Os pisos foram revestidos a madeira de junípero (ou de cipreste segundo algumas traduções da Bíblia) e as paredes interiores eram de cedro entalhado com gravuras de querubins, palmeiras e flores. As paredes e o tecto eram inteiramente revestidos de ouro. (1 Reis 6:15, 18, 21, 22, 29)

Após a construção do magnífico templo, a Arca da Aliança foi depositada no Santo dos Santos, a sala mais reservada do edifício.

Foi pilhado várias vezes. Seria totalmente destruído por Nabucodonosor II da Babilónia, em 586 AEC, após dois anos de cerco a Jerusalém. Os seus tesouros foram levados para Babilónia e tinha assim início o período que se convencionou chamar de Exílio Babilónico ou Cativeiro em Babilónia na história judaica. As Testemunhas de Jeová questionam esta data, fixando-a em 607 AEC, segundo o seu entendimento da cronologia bíblica.

Décadas mais tarde, em 516 AEC, após o regresso de mais de 40.000 judeus da Captividade Babilónica foi iniciada a construção no mesmo local do Segundo Templo, o qual foi destruído no ano 70 EC, pelos romanos, no seguimento da Grande Revolta Judaica.

Alguns afirmam que o actual Muro das Lamentações era parte da estrutura do templo de Salomão, ou pelo menos dos seus pátios.

Nos Caminhos do Antigo Testamento: O Templo de Rei Salomão


Pela primeira vez é encontrada uma prova da existência do Templo de Salomão em Jerusalém. A pedra tem o tamanho de um caderno escolar e é originária da região do Mar Morto. As quinze linhas descrevem, em primeira pessoa, os planos do rei Joás para a reforma do Templo de Salomão. O episódio é narrado no capítulo 12 do Segundo Livro dos Reis, da Bíblia. O Livro dos Reis, do Velho Testamento, faz parte dos chamados "livros históricos" porque seus relatos se confundem com a história documentada dos reis fundadores de Israel. São ao mesmo tempo assunto de fé e de arqueologia. Por esse motivo, a descoberta de geólogos israelitas anunciada na semana passada despertou enorme interesse. Os cientistas certificaram a autenticidade de um bloco de pedra com inscrições em fenício, onde se lê que o rei israelita Joás instruiu os sacerdotes a recolher dinheiro para pagar as reformas do Primeiro Templo de Jerusalém, construído por Salomão. O texto na pedra é similar a descrições do mesmo fato no Segundo Livro dos Reis. Essa lasca de pedra do tamanho de um caderno escolar pode ser considerada a mais antiga prova de um relato bíblico já encontrada. "Se a inscrição passarpor todos os testes de autenticidade, será o artefacto mais importante da arqueologia israelitas", diz o arqueólogo Gabriel Barkai, da Universidade Bar-Ilan.

O Instituto Geológico de Israel, que divulgou a descoberta, não revelou as circunstâncias do achado. O dono, um coleccionador anónimo, levou a peça para ser examinada um ano atrás. Os testes mostraram que a inscrição datava do século IX a.C., o que coincidiria com o reinado de Joás. Os exames também indicaram a presença de salpicos de ouro fundido na superfície da pedra, que poderiam ter sido causados por um incêndio, como o que destruiu o Templo de Salomão, em 586 a.C.

Segundo a Bíblia, Salomão, filho do rei Davi, viveu há 3.000 anos, no auge do Reino de Israel. A Bíblia conta que nobres e plebeus vinham consultá-lo por sua sabedoria. Faz parte da cultura universal a decisão de Salomão no caso das duas mulheres que disputavam a maternidade de um bebé. O rei mandou cortar a criança em duas metades com o fio da espada e descobriu a mãe verdadeira pelos protestos desesperados de uma delas para que deixasse a criança viver.

Mas as provas históricas da existência de Salomão são escassas. Evidências de seu famoso templo nunca tinham sido encontradas, e muitas das construções atribuídas a ele foram erguidas por reis posteriores.

Em um país em conflito, até mesmo uma descoberta histórica perde a neutralidade científica. A pedra pode ter sido descoberta durante escavações no Monte do Templo, controlado pelos muçulmanos em Jerusalém, e dali entrado no mercado negro de antiguidades. Se essa versão se confirmar, o bloco de pedra pode reforçar a reivindicação judaica ao Monte do Templo, sagrado para ambos os lados, e inflamar ainda mais os ânimos. O tema daposse do Monte do Templo é tão delicado que um passeio do primeiro-ministro Ariel Sharon pelas mesquitas do local em 2000 foi o estopim para a actual rebelião palestina, que já matou 2.400 pessoas. Um triste legado para um grande rei.


Sobre uma rocha do monte Sião


O emprazamento do templo escolhido por David para construir seu palácio, era a superfície de uma rocha situada no cume oriental do monte de Sião (literalmente a montanha da casa), actualmente solar sobre o qual surge a mesquita islâmica de Omar.

Recentes escavações, que levantaram irados protestos dos rabinos "ortodoxos", demonstraram que o terreno contém restos evidentes de cultos megalíticos aos mortos e a "divindades" politeístas.
O palácio de Salomão compreendia um conjunto de diversos edifícios: sua residência, a "casa do bosque do Líbano", assim chamada por seus pilares de madeira de cedro, um pórtico de pilares, o salão do trono e, em outro pátio, uma casa para a "filha do faraó", com a qual o rei havia casado. A esta foi acrescentada a "casa do Senhor", como uma dependência do palácio, com uma entrada privada desde os departamentos reais, independente da que dava acesso aos fiéis em geral.

Tal como é descrita na Bíblia, sua planta era a de "uma casa longa mesopotâmica" ou templo com vestíbulo (salão largo), nave (salão longo) e "adytum" (sala quadrada). Era rectangular o conjunto, orientado de Leste a Oeste, e no pátio central estava o altar dos holocaustos, erigido sobre a rocha viva do solo sagrado (a sakhra). Ao pátio se acedia por um pórtico ou ra de cipreste. Diante da entrada, e franqueando-a, havia duas colunas de bronze chamadas Jachin e Boaz, adornadas com motivos de romãs e capitéis, de doze côvados de altura e quatro de diâmetro, evidentes evoluções das colunas megalíticas situadas à entrada dos templos malteses, e estas dos mais antigos menires espalhados por toda a geografia mundial das culturas dos "povos do mar".

O recinto da Arca


Na parte interior do alpendre, o lugar sagrado (hekal), de quadro côvados de comprimento por vinte de largura e trinta de altura, ao que se acedia por duplas portas. O hekal encontra-se em penumbra, recebendo a luz por uma fileira de janelas gradeadas situadas no alto da parede. Atrás da nave estava a "sancta sanctorum", isto é, o "dever", no extremo oeste do edifício. Formava este ambiente fechado um cubo perfeito de vinte côvados de altura, comprimento e largura. Nele era guardada "a Arca", franqueada por dois querubins de madeira de oliveira, tendo o tamanho de 10 côvados de altura e estando recobertas de ouro. Sua posição era similar a das esfinges aladas que suportam o trono do rei, como é apreciado em um marfim de Megiddo, e as egípcias que com suas asas estendidas protegem a Horus menino. O hekal e suas duplas portas estavam decorados com motivos de palmeiras, flores e querubins, todos forrados de ouro, e na sala eram guardados os candelabros de ouro, a mesa dos doze pães e um altar de cedro, também recoberto de ouro, colocado em frente de uma escada que conduzia ao dever.

Nos Caminhos do Antigo Testamento: O Sumo Sacerdote

Os únicos que podiam entrar no lugar Santo eram os Sacerdotes, sendo que somente o Sumo Sacerdote era autorizado por Deus a entrar uma vez por ano no Lugar Santíssimo ou Santos dos Santos.

Os primeiros a serem escolhidos por Deus foram Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
O Sacerdote era consagrado, isto é, feito santo ou separado inteiramente para o serviço de Deus, por meio de uma cerimônia especial, uma purificação ritual que lidava com a purificação exterior de uma pessoa, ela pré figurava o batismo do NT. “Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Romanos 6: 4).
Na cerimônia de ordenação do Sacerdote, o sangue de um carneiro era aplicado na orelha do Sacerdote, para significar que ele ouviria apenas a palavra de Deus: no polegar para significar que ele iria cumprir corretamente as obrigações; e sobre o dedo do pé, para indicar que ele andaria no caminho da Justiça.

VESTES SACERDOTAIS

As vestes dos SACERDOTES eram formadas por: Peitoral Manto Sacerdotal Sobrepeliz Túnica bordada Mitra Cinto.

O MANTO SACERDOTAL: (Êxodo 28: 6 ao 13) Também chamado de ÉFODE. Era feito de fios de lã azul, púrpura e vermelha, de linho fino e de fios de ouro, enfeitada com bordados. Nas duas pontas do manto, havia duas alças presas nos dois lados do manto. Tinha. Tinha duas pedras de ágata (ônix) engastadas em ouro, com o nome do filho de Jacó, representando as doze tribos, sendo seis em uma pedra e seis na outra, por ordem de idade. Essas pedras estavam colocadas uma nas alças desta estola sacerdotal, por dois engates e duas correntes de ouro puro entrelaçados.

O CINTO: (Êxodo 28: 8). Feito do mesmo material do manto passava pela cintura do manto para prendê-lo e formava com ele uma só peça.

O PEITORAL: Êxodo 28: 15 ao 30). Era usado pelo Sumo Sacerdote quando este entrava no Lugar Santo. Como o manto, também era feito de fios de lã azul, púrpura e vermelha e de linho tinto enfeitado com bordados. Era quadrado e dobrado em dois. Tinha um palmo de comprimento e um palmo de largura. Nele existiam quatro carreiras de pedras preciosas, sendo a primeira carreira: rubi, topázio e granada; na segunda carreira: esmeralda, safira e diamante; na terceira tinha: turquesa, safira e ametista e a quarta era formada por: berilo, ônix e jaspe, e eram montadas em engastes de ouro. Em cada uma dessas doze pedras era gravado o nome de um dos filhos de Jacó para representar as doze tribos de Israel. O peitoral tinha argolas de ouro que o prendiam através de um cordão azul ás argolas no manto. No peitoral, acima do coração, era colocado o “URIM e o TUMIM” (perfeições e luzes).

A SOBREPELIZ ou TÚNICA AZUL e BRANCA (Êxodo 28: 31 ao 38). Roupa que era colocada em cima do Manto sacerdotal ou Êfode, era tecida inteiramente de lã azul, tendo uma abertura para passar a cabeça, que era arrematada por uma tira de malha. Em toda a sua barra tinha aplicações em forma de romã feitas de fios de lã azul, púrpura e vermelha, e entre uma romã e outra eram colocados sininhos (campainhas) de ouro, que tinha como finalidade poder ouvir o sacerdote e saber que ele não estava morto dentro do Lugar Santo.

A MITRA: Era um turbante de linho fino, apropriado para cobrir a cabeça do SUMO SACERDÓTE, em cuja parte dianteira presa por um cordão azul, havia uma placa de ouro puro gravado:”SEPARADO PARA O SENHOR” (SANTIFICADO AO SENHOR).

OBS: Tanto Arão quanto seus filhos e os demais SACERDÓTES, usavam calções de linho a fim de cobrirem a carne nua (Êxodo 28: 42 e 43), uma vez que expor os órgãos genitais eram comuns nos cultos cananeus (ver Êxodo 20: 26)

ARTIGOS DE CERIMONIAIS

# INCENSO SAGRADO
O INCENSO SAGRADO era proibido ser usado ou fabricado pelo povo, seu uso era somente para ser queimado em adoração ao Senhor.
Sua formula era composta de partes iguais das seguintes especiarias aromáticas: Benjoim, Ônica , Resina Medicinal, e Incenso puro, e tudo isso era adicionado Sal, e posteriormente todos estes ingredientes eram moídos até virar pó.
Esse INCENSO era SAGRADO e dedicado ao SENHOR, e se alguém o usasse era expulso do meio do povo de Deus.

# AZEITE DA UNÇÃO
Sua formula era sagrada e também proibida de ser usada sem que fosse para ungir no serviço religioso do Senhor.
Era feito de: 3 litros e meio de Azeite, ao qual se misturava seis quilos de Mirra Líquida, 3 quilos de Canela, 3 quilos de Cana Cheirosa, e 6 quilos de Cássia.
Sua finalidade: Ungir o TABERNÁCULO e seus utensílios.

Nos Caminhos do Antigo Testamento: A Arca da Aliança



Também conhecida como ARCA DO CONSERTO, era o principal móvel de todo o TABERNÁCULO, era revestido de ouro, continha as TÁBUAS DA LEI , o POTE de MANÁ e a VARA de ARÃO.

SIGNIFICADOS:

1. Revestido de ouro: Representando a glória de Deus. Simbolizava também o TRONO DE DEUS, onde havemos de comparecer.
2. Tábuas da Lei: Aqui guardadas nunca mais se quebraram, demonstrando que Deus vela pela sua PALAVRA.
3. Pote de Maná: Simboliza o alimento inesgotável que provem de Deus e não se deteriorará com o tempo.
4. A Vara de Arão: A vara que floresce eternamente. Simboliza o ornamento de uma nova vida. Tipifica também um ministério profundo.


O PROPICIATÓRIO:

Feito não só para servir de tampa da ARCA DO TESTEMUNHO, mas principalmente para servir de lugar onde os pecados eram cobertos, sendo o lugar da propiciação, isto é, da intercessão ou lugar do perdão. Feita em ouro puro, tinha 1,10 centímetros de comprimento por 0,66 centímetros de largura. Em cima tinha dois QUERUBINS de ouro batido, um em cada ponta da tampa, que formava uma só peça com a tampa. Os QUERUBINS ficavam um de frente para o outro, olhando para a tampa. As sua asas abertas cobriam a tampa.




Era i símbolo do TRONO DE DEUS, protegidos pelos QUERUBINS. No dia da EXPIAÇÃO o SUMO SACERDOTE aspergia sobre e diante do propiciatório. A tradição sustenta que essa aspersão era feita em forma de cruz. Naquela época a expiação era feita por Deus pelo seu povo.

O MAIS SAGRADO DE TODOS OS UTENSÍLIOS DO TABERNÁCULO. (Êxodo 25: 10 ao 22).
Essa arca era o símbolo da presença de Deus no meio de seu povo, que também é chamada de ARCA DA ALIANÇA.

Recebe o nome de ARCA DO TESTEMUNHO porque continha “AS TÁBUAS DA LEI”, que eram as prescrições estabelecidas pelo Senhor na aliança do Sinai.
Na ARCA DA ALIANÇA eram guardados: AS TÁBUAS DA LEI, A VARA DE ARÃO e O POTE DE MANÁ.



Era formada por duas partes: O PROPOCIATÓRIO, uma espécie de tampa e a ARCA propriamente dita.



Feita em madeira de acácia medindo 1,10 centímetros de comprimento, por 0,66 centímetros de largura e 0,66 centímetros de altura, era revestida de ouro puro por dentro e por fora. Em toda a sua volta tinha um remate de ouro. Foram colocados quatro argolas de ouro, uma em cada canto da ARCA, por onde passavam os cabos que a carregavam. Os cabos que não eram tirados da ARCA, também feitas de madeira de acácia e cobertos de ouro puro.


Dentro dessa ARCA foram colocadas as PEDRAS DA LEI ou TÁBUAS DA LEI, dadas a Moisés no Monte Sinai, um POTE DE MANÁ e a VARA DE ARÃO.

PEÇAS DA ARCA DO TESTAMENTO

As peças guardadas dentro da ARCA DO TESTAMENTO ou da ALIANÇA eram:



# Tabuas da Lei ou Pedras da Lei: Continham os dez mandamentos para o povo de Israel, fornecido por Deus a Moisés no monte Sinai. (Êxodo 24.12; Êxodo 31.18; Dt.9.9-11).
# Vara de Arão: Brotava naturalmente como uma prova do florescimento do povo de Israel. (Números 17: 1 ao 11).
# Pote de Maná: O “PÃO DO CÉU”. Que de acordo com Êxodo 16: 32, era guardado como recordação da provisão do Senhor ao povo de Israel durante os 40 anos no deserto. Era um sinal da ALIANÇA.
flocos de maná na grama
Observação: A mitologia apócrifa judaica sustenta que o vaso do maná na ARCA, tinha sido escondido por Jeremias, ou levado por um anjo para o céu o momento da destruição de Jerusalém em 586 A.D, onde
permaneceria até que Messias chegasse(Extraído do livro apócrifo 2 Macabeus 2: 4-8)
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