terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Nos Caminhos do Antigo Testamento: O Templo de Rei Salomão


Pela primeira vez é encontrada uma prova da existência do Templo de Salomão em Jerusalém. A pedra tem o tamanho de um caderno escolar e é originária da região do Mar Morto. As quinze linhas descrevem, em primeira pessoa, os planos do rei Joás para a reforma do Templo de Salomão. O episódio é narrado no capítulo 12 do Segundo Livro dos Reis, da Bíblia. O Livro dos Reis, do Velho Testamento, faz parte dos chamados "livros históricos" porque seus relatos se confundem com a história documentada dos reis fundadores de Israel. São ao mesmo tempo assunto de fé e de arqueologia. Por esse motivo, a descoberta de geólogos israelitas anunciada na semana passada despertou enorme interesse. Os cientistas certificaram a autenticidade de um bloco de pedra com inscrições em fenício, onde se lê que o rei israelita Joás instruiu os sacerdotes a recolher dinheiro para pagar as reformas do Primeiro Templo de Jerusalém, construído por Salomão. O texto na pedra é similar a descrições do mesmo fato no Segundo Livro dos Reis. Essa lasca de pedra do tamanho de um caderno escolar pode ser considerada a mais antiga prova de um relato bíblico já encontrada. "Se a inscrição passarpor todos os testes de autenticidade, será o artefacto mais importante da arqueologia israelitas", diz o arqueólogo Gabriel Barkai, da Universidade Bar-Ilan.

O Instituto Geológico de Israel, que divulgou a descoberta, não revelou as circunstâncias do achado. O dono, um coleccionador anónimo, levou a peça para ser examinada um ano atrás. Os testes mostraram que a inscrição datava do século IX a.C., o que coincidiria com o reinado de Joás. Os exames também indicaram a presença de salpicos de ouro fundido na superfície da pedra, que poderiam ter sido causados por um incêndio, como o que destruiu o Templo de Salomão, em 586 a.C.

Segundo a Bíblia, Salomão, filho do rei Davi, viveu há 3.000 anos, no auge do Reino de Israel. A Bíblia conta que nobres e plebeus vinham consultá-lo por sua sabedoria. Faz parte da cultura universal a decisão de Salomão no caso das duas mulheres que disputavam a maternidade de um bebé. O rei mandou cortar a criança em duas metades com o fio da espada e descobriu a mãe verdadeira pelos protestos desesperados de uma delas para que deixasse a criança viver.

Mas as provas históricas da existência de Salomão são escassas. Evidências de seu famoso templo nunca tinham sido encontradas, e muitas das construções atribuídas a ele foram erguidas por reis posteriores.

Em um país em conflito, até mesmo uma descoberta histórica perde a neutralidade científica. A pedra pode ter sido descoberta durante escavações no Monte do Templo, controlado pelos muçulmanos em Jerusalém, e dali entrado no mercado negro de antiguidades. Se essa versão se confirmar, o bloco de pedra pode reforçar a reivindicação judaica ao Monte do Templo, sagrado para ambos os lados, e inflamar ainda mais os ânimos. O tema daposse do Monte do Templo é tão delicado que um passeio do primeiro-ministro Ariel Sharon pelas mesquitas do local em 2000 foi o estopim para a actual rebelião palestina, que já matou 2.400 pessoas. Um triste legado para um grande rei.


Sobre uma rocha do monte Sião


O emprazamento do templo escolhido por David para construir seu palácio, era a superfície de uma rocha situada no cume oriental do monte de Sião (literalmente a montanha da casa), actualmente solar sobre o qual surge a mesquita islâmica de Omar.

Recentes escavações, que levantaram irados protestos dos rabinos "ortodoxos", demonstraram que o terreno contém restos evidentes de cultos megalíticos aos mortos e a "divindades" politeístas.
O palácio de Salomão compreendia um conjunto de diversos edifícios: sua residência, a "casa do bosque do Líbano", assim chamada por seus pilares de madeira de cedro, um pórtico de pilares, o salão do trono e, em outro pátio, uma casa para a "filha do faraó", com a qual o rei havia casado. A esta foi acrescentada a "casa do Senhor", como uma dependência do palácio, com uma entrada privada desde os departamentos reais, independente da que dava acesso aos fiéis em geral.

Tal como é descrita na Bíblia, sua planta era a de "uma casa longa mesopotâmica" ou templo com vestíbulo (salão largo), nave (salão longo) e "adytum" (sala quadrada). Era rectangular o conjunto, orientado de Leste a Oeste, e no pátio central estava o altar dos holocaustos, erigido sobre a rocha viva do solo sagrado (a sakhra). Ao pátio se acedia por um pórtico ou ra de cipreste. Diante da entrada, e franqueando-a, havia duas colunas de bronze chamadas Jachin e Boaz, adornadas com motivos de romãs e capitéis, de doze côvados de altura e quatro de diâmetro, evidentes evoluções das colunas megalíticas situadas à entrada dos templos malteses, e estas dos mais antigos menires espalhados por toda a geografia mundial das culturas dos "povos do mar".

O recinto da Arca


Na parte interior do alpendre, o lugar sagrado (hekal), de quadro côvados de comprimento por vinte de largura e trinta de altura, ao que se acedia por duplas portas. O hekal encontra-se em penumbra, recebendo a luz por uma fileira de janelas gradeadas situadas no alto da parede. Atrás da nave estava a "sancta sanctorum", isto é, o "dever", no extremo oeste do edifício. Formava este ambiente fechado um cubo perfeito de vinte côvados de altura, comprimento e largura. Nele era guardada "a Arca", franqueada por dois querubins de madeira de oliveira, tendo o tamanho de 10 côvados de altura e estando recobertas de ouro. Sua posição era similar a das esfinges aladas que suportam o trono do rei, como é apreciado em um marfim de Megiddo, e as egípcias que com suas asas estendidas protegem a Horus menino. O hekal e suas duplas portas estavam decorados com motivos de palmeiras, flores e querubins, todos forrados de ouro, e na sala eram guardados os candelabros de ouro, a mesa dos doze pães e um altar de cedro, também recoberto de ouro, colocado em frente de uma escada que conduzia ao dever.

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