quinta-feira, 30 de junho de 2011

EU CREIO EM DEUS PAI

Leitura bíblica: João 1.11 – 14 e Romanos 8.12 – 17

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. João 1.12 e Ro 8. 14

A paternidade de Deus revela e sustenta a fraternidade entre os salvos, santos e eleitos, que receberam e confessaram a Jesus Cristo como o Filho de Deus que veio em carne. Nossa filiação é perfilhação, ou seja, é adoção em Jesus Cristo, mediante a ação do Espírito Santo que nos despertou para uma santa e viva vocação e nos deu a bênção da salvação e a certeza da vida eterna.

O convencimento e a conversão são resultantes da ação do Espírito Santo. Em

João 16.8 a 11 é o Consolador, o Espírito Santo, quem convence o mundo do pecado, da Justiça e do juízo e aponta a Cruz da Redenção. Na obra “Sua Igreja Pode Crescer”, Editora Vida, 2001; o autor afirma: “Nós pregamos, mas quem convence, converte e transforma as pessoas é o Espírito Santo”. E o Espírito Santo é Deus em nós. Somos templos do Espírito Santo. Somos guiados pelo Espírito Santo, destarte somos filhos e filhas de Deus: adotados em Cristo Jesus e selados com o Espírito Santo da promessa para o dia da redenção final. (Por favor leia Romanos 8. 12 a 17, I Co 3. 16 e 17 e Fp 1.6 e 2. 13).

I.) NÃO NASCEMOS FILHOS, FOMOS FEITOS FILHOS DE DEUS

Nem todos são filhos de Deus, mas sim criaturas de Deus. João, no prólongo do seu Evangelho, capítulo 1, versos de 1 a 14, fala da encarnação do “Verbo”, do 2

“Logos”, da Palavra, a encarnação de Deus em Cristo. O “Verbo” dá movimento a uma ou mais idéias na frase. Denota movimento, ação e estado.

No contexto dos capítulos iniciais do Gênesis e de João, aprendemos muito da

ação de Deus nas obras da Criação e da Providência. Senão vejamos em João 1, não um mero prefácio, mas sim uma declaração do tema central e básico da encarnação do Verbo. O prólogo de João é poético na sua forma e estrutura e é um hino que enaltece a Palavra de Deus e a identificação com a Palavra viva, Jesus Cristo. Não é sem razão que a fé cristã reformada é Cristocêntrica e não pneumatocêntrica (ou centrada no Espírito Santo). Os reformadores usaram o critério Cristológico e Cristocêntrico para reconhecer um livro da Bíblia como canônico. Era necessário estar ligado em seu conteúdo ao ensino dos Apóstolos (no caso do Novo Testamento) e aos Profetas (no caso do Antigo Testamento). (Ef 2. 19 e 20). E João afirma, como dito de Jesus:

“Examinais ou examinai as Escrituras, porque julgar ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim”. (João 5.39).

a) O Verbo em relação ao ser de Deus: João 1. 1 e 2. Podemos sem nenhuma hesitação ver um paralelo entre Gn 1. 1 e Jo 1.1: Em Gn 1. 1 encontra-se o ato criativo de Deus pela Palavra que sai da boca do Deus Eterno; Jo1. 1 revela o Verbo de Deus que existiu antes da Criação, Ele estava no princípio com Deus”; e mais “todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele nada do

que foi feito se fez”. O Logos é o ser cuja existência transcende o tempo. Sua preexistência eterna é implícita.

Há uma implicação definitiva e clara de que Ele é Deus. O substantivo “theós” é colocado em primeiro lugar sem artigo para dar-lhe mais força. O “logos é Deus, no sentido de que ele é coparticipante da essência de Deus: “Todas as coisas foram feitas por intermédio Dele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez”. (v 2.)

b) O Verbo em relação à Criação: Jo 1. 3 a 5.

O Verbo de Deus foi instrumento do processo criativo, foi a Palavra em Ação, o Espírito é a Palavra energizada. O Verbo é instrumento da Criação porque “todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele, nada do que foi feito se fez”. (V.2).

É o mesmo que dizer que todas as obras da Criação passaram por Jesus Cristo. A origem primeira e última é o Pai. Há uma tradução da Bíblia de Cambridge, que diz: “A fonte de vida é necessariamente a luz”. Luz é vida e sem luz não há vida.

Jesus Cristo é a Luz do Mundo, e, nele nós nos tornamos “sal da terra e luz do mundo”, até Jesus Cristo voltar. Ele mesmo declarou: “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”. E declarou mais: “Quem me segue, não andará em trevas”. As trevas não prevalecem contra a luz, nem as portas do inferno prevalecem contra a igreja.

c) O VERBO DE DEUS EM RELAÇÃO À HISTÓRIA DOS HOMENS: JOÃO 1. 6 – 13.

O Verbo é agora contemplado em sua relação com a história humana. Sua vinda foi proclamada por João, que neste prólogo não é chamado de Batista ou o que batiza. O que mais honra a um profeta é ser uma pessoa “enviada por Deus”. João não era a luz.

Veio para testificar da verdadeira luz que é Jesus Cristo, o Messias, o Ungido de Deus que veio dividir a História em Antes e Depois de Cristo.

Os seus (os judeus), não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, quer judeus, quer gentios, deu-lhes a autoridade, o poder de serem feitos “filhos de Deus” (Jo 1.12 e 13). A nossa adoção só é possível em Cristo. (II Co 5.17).

d) O VERBO ENCARNADO: JO 1.14-18.

Há uma conexão notável entre o v. 1 e o v.14, o mesmo Verbo que estava no princípio com Deus torna-se “Emanuel” – Deus conosco. Ele chega até nós “cheio de graça e de verdade”. (v.14)

O nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é Deus em forma de homem, no tempo da Encarnação. O verbo Eterno de Deus tornou-se o Filho do Homem, o Cristo da fé e o Jesus da História. Jesus Cristo é unigênito de Deus – “monogenês theos”, e é o primogênito entre muitos irmãos.

II) DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE.

Cremos em Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo: Um só Deus TRIÚNO, bendito eternamente. A doutrina da Trindade é a porta de entrada para as Confissões de Fé cristãs de que Deus é Criador, é Redentor e é Santificador. O Deus Eterno Criador de tudo e de todos, se manifestou em Jesus Cristo como Deus conosco; e no Espírito Santo como Deus em nós. Vivemos a Era do Espírito Santo.

A pessoa do Pai na Trindade é vista como um Mistério, pois é Deus desde a eternidade e nos foi revelado por Jesus Cristo como Deus-Pai Todo-poderoso. É mais apropriado dizer que Jesus é Filho do Deus-Pai do que Filho de Deus. Esta filiação é que nos torna perfilhados ou adotados em Cristo Jesus e selados com o Espírito Santo da promessa para o Dia da Redenção Final.

Em virtude do Filho não ser criado, mas gerado pelo Espírito e nascido consubstancial do Pai: Deus de Deus; “Verdadeiro homem de verdadeiro: homem e verdadeiro Deus de verdadeiro Deus.” Cem por cento homem e cem por cento Deus.

“O Espírito Santo procede do Pai e do Filho; e, juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado.” Credo de Nicea, 325 AC. “O Espírito Santo é o elo de amor entre Pai e Filho. Assim, é ele quem supera a polarização Pai e Filho, constituindo a Trindade, que é uma Triunidade.” Leonardo Boff, em Mysterium Liberationis: Conceptos Fundamentales de la Teologia de la liberación. Madrid, Ed. Trotta, 1990).

Os atos de Deus são os atos de todas as pessoas da Santíssima Trindade: Pai,

Filho e Espírito Santo, é o único Deus. Quanto à distinção das pessoas e da unidade da essência das três pessoas trinitárias é que depende a correta compreensão do Deus triúno testemunhado na Bíblia.

APLICAÇÕES PRÁTICAS:

1º) Consciente que você é filho/filha de Deus procure viver como irmão um dos outros no lar, na Igreja e na sociedade.

2º) Vivemos a Era do Espírito Santo: Ele é Deus em nós. Assim todos os que são guiados pelo Espírito Santo, são filhos de Deus. Vivamos como irmãos.

3º) Se cremos e confessamos que Deus é o Pai Nosso que está nos céus, devemos tratar bem um ao outro.

4º) Lembre-se: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é Dele.” (Rm 8.9).

5º) “Procure tratar bem aqueles com os quais você passará a eternidade!” Medite neste pensamento do nosso querido e saudoso Diácono Robertinho (Roberto dos Santos).

Estou orando por você e por sua família.

Rev. Guilhermino Cunha

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