sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ele não teve outra razão para morrer, exceto o fato de que nos amou.

“Que me amou”. “Esta cláusula é adicionada para expressar o poder da fé, pois esta indagação poderia ocorrer imediatamente a alguém: “Quando a fé recebe esse poder de comunicar à nossa alma a vida de Cristo?” De acordo com isso, o apóstolo nos informa que o amor e a morte de Cristo são o fundamento (hypostasis) sobre os quais a fé repousa. É desta maneira que o efeito da fé deve ser julgado. Por que razão vivemos pela fé em Cristo? Porque Ele nos “amou e a si mesmo se entregou” por nós. O amor de Cristo O levou a unir-se a nós. Ele completou a união por meio de sua morte. Ao dar-se por nós, Cristo sofreu em nossa própria pessoa (in nostra persona passus est). Além do mais, a fé nos torna participantes de tudo o que ela encontra em Cristo.

A menção do amor significa o mesmo que João disse: “ Não que tenhamos amado a Deus, mas ele nos antecipou por seu amor” (1 Jo 4:10). Se algum mérito nosso tivesse compelido a Deus a redimir-nos, este mérito teria sido declarado.. Agora, Paulo atribui tudo ao amor; portanto, resulta da graça gratuita. Observemos a ordem: Ele nos “amou e a si mesmo se entregou” por nós. Era como se Paulo dissesse: “Ele não teve outra razão para morrer, exceto o fato de que nos amou”. E isso se deu quando éramos “inimigos”, segundo Paulo mesmo declara em Romanos 5:20.

“A si mesmo se deu por mim”. Não há palavras que expressem perfeitamente o que isto significa. Pois, quem pode encontrar linguagem capaz de declarar a excelência do Filho de Deus? Todavia, foi Ele mesmo que se entregou como preço de nossa redenção. A expiação, a purificação, a satisfação e todos os benefícios que recebemos da morte de Cristo estão incluídos nas palavras “a si mesmo se entregou”. As palavras “por mim” são muito enfáticas. Não é suficiente contemplar a Cristo como Aquele que morreu pela salvação do mundo, se não experimenta as conseqüências desta morte e não é capacitado a reivindicá-la como a sua própria morte”. Calvino, João. Gálatas-Efésios-Filipenses-Colossenses. Comentário de Gálatas, pgs 84-85. Editora Fiel.

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