“Que me amou”.  “Esta cláusula é  adicionada para expressar o poder da fé, pois esta indagação poderia  ocorrer imediatamente a alguém:  “Quando a fé recebe esse poder de  comunicar à nossa alma a vida de Cristo?”  De acordo com isso, o  apóstolo nos informa que o amor e a morte de Cristo são o fundamento  (hypostasis) sobre os quais a fé repousa.  É desta maneira que o efeito  da fé deve ser julgado.  Por que razão vivemos pela fé em Cristo?   Porque Ele nos “amou e a si mesmo se entregou” por nós.  O amor de  Cristo O levou a unir-se a nós.  Ele completou a união por meio de sua  morte.  Ao dar-se por nós, Cristo sofreu em nossa própria pessoa (in nostra persona passus est).  Além do mais, a fé nos torna participantes de tudo o que ela encontra em Cristo.  
A menção do amor significa o  mesmo que João disse:  “ Não que tenhamos amado a Deus, mas ele nos  antecipou por seu amor”  (1 Jo 4:10).  Se algum mérito nosso tivesse  compelido a Deus a redimir-nos, este mérito teria sido declarado..   Agora, Paulo atribui tudo ao amor; portanto, resulta da graça gratuita.   Observemos a ordem:  Ele nos “amou e a si mesmo se entregou” por nós.   Era como se Paulo dissesse:  “Ele não teve outra razão para morrer,  exceto o fato de que nos amou”.  E isso se deu quando éramos “inimigos”,  segundo Paulo mesmo declara em Romanos 5:20.
“A si mesmo se deu por mim”.   Não há palavras que expressem perfeitamente o que isto significa.  Pois,  quem pode encontrar linguagem capaz de declarar a excelência do Filho  de Deus?  Todavia, foi Ele mesmo que se entregou como preço de nossa  redenção.  A expiação, a purificação, a satisfação e todos os benefícios  que recebemos da morte de Cristo estão incluídos nas palavras “a si  mesmo se entregou”.  As palavras “por mim” são muito enfáticas.  Não é  suficiente contemplar a Cristo como Aquele que morreu pela salvação do mundo,  se não experimenta as conseqüências desta morte e não é capacitado a  reivindicá-la como a sua própria morte”.  Calvino, João.  Gálatas-Efésios-Filipenses-Colossenses.  Comentário de Gálatas, pgs  84-85.  Editora Fiel. 
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