quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Quem foi São Sebastião?

São Sebastião foi um dos muitos soldados romanos que por sua fé em Jesus foi martirizado. É uma pena que só se pode saber de sua história através das atas de seu martírio que foram escritas dois séculos mais tarde. Em quase todas as atas de martírios de santos e santas, os escribas tinham ordens de colocarem muitos detalhes do martírio e dar pouca ênfase ao martirizado (para assustar os futuros cristãos, visto que as atas eram colocadas na cidade onde ocorria o martírio, e na biblioteca de Roma).

Um soldado do exército, nasceu em Narbona, França, no final do seculo III, e desde muito pequeno seus pais mudaram para a Milao onde cresceu e foi educado. Seu pai era millitar e nobre, e ele quiz seguir a carreira do pai, chegando a ser capitão da primeira corte da guarda pretoriana, um cargo que só se dava a pessoas ilustres e corretas. Sua dedicação a carreira valeu elogios de seus companheiros e principalmente do imperador Maximiano. Cumpre recordar que o império romano na época era governado no oriente por Diocleciano, e no ocidente por Maximiano. Maximiano ignorava que Sebastião era um cristão de coração e ainda que mesmo cumprindo as suas tarefas militares, não tomava parte nos sacrifícios nem nos atos de idolatria. Sempre que podia, visitava os cristãos encarcerados e ajudava aos mais fracos, doentes e necessitados.

Podia-se dizer que era um soldado dos dois exércitos: o de Cristo e o de Roma.

Maximiano empreendeu uma depuração de elementos cristãos nas forças armadas, expulsando todos os cristãos de seus exércitos. Cabe dizer que o soldado do exército romano era voluntário. Só era obrigatório servir os filhos de militares, como era o caso do nosso Sebastião. Quando um soldado o denunciou. Maximiano sentiu-se traído por Sebastião e rapidamente o chamou e exigiu que renunciasse ao cristianismo.

Ante tal situação, Sebastião comunicou ao imperador que não queria renunciar as suas crenças cristãs e o imperador ordenou a sua morte. Mas Maximiano ordenou a sua morte da maneira mais desumana. Ordenou que seus melhores arqueiros o flechassem! Os arqueiros o desnudaram, levaram-no ao estádio de Palatino, o ataram a um poste e lançaram nele uma chuva de flechas e o abandonaram para sangrar até a morte.

Irene, uma mulher cristã, providencial, que apreciava os conselhos de Sebastião, junto com um grupo de amigos, foram ao local, e com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo.

O desamarraram e Irene o escondeu em sua própria casa e curou as suas feridas. Passado um tempo, já curado, quiz continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo a Maximiano, o qual ficou assombrado.

Maximiano não deu ouvidos aos pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir aos cristãos e ordenou a seus soldados que o açoitassem até a morte.

Outra versão conta que ele foi morto a pauladas e boladas de chumbo em 303 dC e o Imperador ordenou que ele fosse jogado em um fossa, de modo que os cristãos não o encontrassem.

Mas mais tarde Sebastião apareceu para uma cristã chamada Lucina e disse a ela: “em certo poço você me encontrará pendurado por um gancho e você deve me enterrar nas catacumbas dos apóstolos“.

Na mesma noite ela e seus servos fizeram o que Sebastião ordenou.

Alguns autores dizem que Lucina o enterrou no jardim de sua casa que ficava situado na Via Apia onde está hoje sua Basílica.

Ele foi martirizado no ano de 287 dC.

O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval - surgindo geralmente representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias setas (flechas); de resto, três setas, uma em pala e duas em aspa, atadas por um fio, constituem o seu símbolo heráldico.

Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge na Baixa Idade Média, designadamente nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. Embora os seus martírios possam provocar algum ceticismo junto dos estudiosos atuais, certos detalhes são consistentes com atitudes de mártires cristãos seus contemporâneos.



Nós, Protestantes, reconhecemos São Sebatião como exemplo de santidade, fé e obediência para todos os cristãos. Adoração Somente a Deus.

A prática de se dirigir orações a São Sebastião ou aos demais santos é inexistente na Igreja Reformada. Nossa compreensão das Escrituras só nos autoriza orar a Deus. Em função da doutrina da Comunhão dos santos, contudo, não há problemas em se aceitar que os Santos na glória orem e intercedam pela Igreja Militante, contudo esta oração é vista como uma intercessão no sentido lato ou genérico, e não no sentido estrito ou específico. Esta leitura compreende que, mesmo na glória, os santos continuam sendo ontologicamente seres humanos e, como tal, desprovidos de onisciência ou onipresença. Não cremos, portanto que os santos possam tomar ciência das orações que lhes são dirigidas (muitas delas mentais) pelos fiéis na terra.

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