domingo, 15 de agosto de 2010

OS VALDENSES

Pedro Valdo foi um rico comerciante de Lyon, no século XII. Em 1176, teve contato com uma tradução do Novo Testamento e decidiu abandonar todos os seus bens, com exceção daquilo que fosse necessário para o sustento de sua família.

Um grupo de discípulos logo se formou, tornando-se conhecidos como os Pobres de Espírito. Valdo e seus seguidores passaram, então, a pregar suas idéias pela região. Em virtude de sua recusa em interromper suas pregações, eles foram excomungados em 1184.

Valdo também foi um tradutor, que traduziu a Bíblia para o provençal.

Mesmo após a morte de Pedro Valdo, em 1217, seus discípulos continuaram o movimento, sendo nomeados, então, os valdenses.


Desde o início, os valdenses afirmavam o direito de cada fiel de ter a Bíblia em sua própria língua, sendo esta Bíblia a fonte de toda autoridade eclesiástica.

Os valdenses reuniam-se em casas de família ou mesmo em grutas, clandestinamente, devido à perseguição da Igreja Católica. Celebravam a Santa Ceia uma vez por ano. São considerados como uma igreja pré-reformada. Negavam a supremacia de Roma, rejeitavam o culto às imagens como idolatria e eram guardadores do sábado bíblico.

Foram duramente perseguidos na França e na Itália, instalando-se com maior concentração nos vales alpinos de Piemonte, norte da Itália.

A Itália continua sendo o principal país dos Valdenses. Há comunidades valdenses em outros paises, principalmente no Uruguai.

A principal base doutrinária dos valdenses é a chamada Confissão de 1120. É o documento mais antigo da Reforma Protestante e embora não se tenha idéia das condições ou dos autores que o elaboraram, constituiu-se num marco demarcatório para a formação de uma tradição confessional reformada, ainda que de modo algum seja essa tradição homogênea. E de fato o texto da confissão valdense tem poucos pontos em comum com a literatura confessional do século XVI, especialmente com os credos luterano e calvinista, embora não possa ser definido como uma peculiaridade distinta do resto do conjunto dos textos confessionais. Essas aproximações são, em suma, a perspectiva do juízo final (art.9), a explícita condenação da liturgia católica (artgs.10 e 11) e a concordância de que as ordenanças de Cristo dizem respeito apenas à ceia e ao batismo nas águas, sendo excluídas todas as demais. Nesse sentido, o documento confessional dos valdenses pode ser sim considerado um documento reformado, não obstante o perfeccionismo de sua doutrina e outras peculiaridades que são decorrentes do próprio contexto histórico em que se desenvolveu esse movimento. A idéia dos valdenses em torno da predestinação, em particular, aproxima bastante a visão desse grupo das concepções monergísticas dos movimentos do século da Reforma, embora seja difícil falar ainda de um monergismo radical que pressuponha, de algum modo, antevisões do calvinismo extremado do Sínodo de Dort ou da Confissão de Westminster. Mas é evidente que o contexto geral de uma sociedade manietada e dominada até a opressão por uma igreja onipresente e onisciente e cujos líderes espirituais eram mais déspotas do que curas de almas, acabaram influenciando o desenvolviemnto doutrinário do movimento valdense em direção não só à auto-exclusão do mundo, mas ao sectarismo mais radical, inclusive no que tange aos demais movimentos reformados considerados, no mínimo, tão despóticos e arbitrários quanto os sequazes do romanismo, e passando a exigir, por conseguinte, uma eclesiologia e uma dogmática que lhe fossem acessíveis e peculiares, definindo desse modo a sua identididade confessional.

1º - Cremos que há um só Deus, que é Espírito – o Criador de todas as coisas – o Pai de tudo, que é sobre tudo, e por tudo e em tudo; o qual deve ser adorado em espírito e em verdade – do qual dependemos continuamente, e a quem rendemos louvor por nossa vida, alimento, abrigo, saúde, enfermidade, prosperidade, e adversidade. Nós O amamos por ser a fonte de toda bondade; e O reverenciamos pois é o ser sublime, que sonda e prova os corações dos filhos dos homens.
2º - Cremos que Jesus Cristo é o Filho e a imagem do Pai – que nEle habita toda a plenitude da Deidade, e que por Ele somente conhecemos ao Pai. Ele é o nosso Mediador e advogado; e não há outro nome dado debaixo do céu em que possamos ser salvos. Em Seu nome somente nos achegamos ao Pai; não nos utilizamos de orações além daquelas contidas nas Sagradas Escrituras, ou das que estão em concordância com elas.
3º - Cremos no Espírito Santo como o Consolador, que procede do Pai e do Filho, por cuja inspiração somos ensinados a orar, sendo renovados por Ele em nossas mentes; quem nos faz novas criaturas para as boas obras, e de quem recebemos o conhecimento da verdade.
4º - Cremos que há somente uma igreja santa, que compreende a assembléia dos eleitos e fiéis que existiram desde o principio do mundo e que existirão até o fim. O
Senhor Jesus Cristo é o cabeça dessa igreja – ela é governada por Sua Palavra e
guiada pelo Espírito Santo. Na igreja é necessário que os cristãos tenham
comunhão. Cristo intercede por Ela sem cessar, e Sua oração por ela é a mais
aceitável diante de Deus, sem a qual de fato não haveria possibilidade de
salvação.
5º - Sustentamos que os ministros da igreja devem ser irrepreensíveis tanto na vida como na doutrina; se se prova o contrário, eles devem ser depostos de seu ofício, e substituídos por outros; e que nenhuma pessoa pode presumir de tomar esta honra para si mesma senão aquele que é chamado por Deus como o foi Arão – que os deveres dos tais são alimentar o rebanho de Deus, não por lucro, ou como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas como exemplos para o rebanho, em palavra, em conversas, em caridade, em fé e em castidade.
6º - Afirmamos que os reis, príncipes e governadores são os ministros designados por Deus, aos quais temos que obedecer [em todo assunto legal e civil], porque portam a espada para defender o inocente e castigar aquele que faz o mal; essa é a razão por que devemos honrá-los e pagar-lhes tributo. Ninguém pode se excluir desse poder e autoridade, como vemos no exemplo do Senhor Jesus Cristo, o qual voluntariamente pagou o tributo, sem tomar para si mesmo jurisdição alguma do poder temporal.
7º - Cremos que a ordenança do batismo em águas é o sinal visível e externo que representa aquilo que, pela virtude da operação invisível de Deus está dentro de nós – isto é, a renovação de nossas mentes, e a mortificação dos nossos membros por meio da fé em Jesus Cristo. E por essa ordenança somos recebidos na santa congregação do povo de Deus, havendo professado e declarado nossa fé e novidade de vida.
8º - Mantemos que a ceia do Senhor é uma comemoração dos (e em agradecimento pelos) benefícios que temos recebido por Seus sofrimentos e morte – e que deve ser
recebida em fé e amor – examinando-nos a nós mesmos, de forma que possamos comer o pão e beber do vinho, como está escrito nas Sagradas Escrituras.
9º - Sustentamos que o matrimônio foi instituído por Deus, que é santo e honorável, e
que não deve ser proibido a ninguém, se não houver restrição por parte da Palavra de Deus.
10º - Asseguramos que todos aqueles em que habita o temor de Deus serão guiados a agradá-lo, e a abundar em boas obras [do Evangelho], as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas – amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, mansidão, sobriedade, e todas as demais boas
obras a que se exorta nas Sagradas Escrituras.
11º - Por outro lado, confessamos que consideramos nosso dever ter cuidado com os falsos mestres, cujo objetivo é desviar as mentes dos homens da adoração verdadeira de Deus, e levá-los a pôr sua confiança na criatura, ao se apartarem das boas obras do
Evangelho, e colocarem sua atenção nas invenções dos homens.
12º - Temos o Antigo e Novo Testamento como nossa regra de vida, e concordamos com a confissão de fé denominada Credo dos Apóstolos.

3 comentários:

  1. prezado como pode exaltar tanto herege!

    pare de seguir Coré!

    Prefiro esses homens, CITO: São Francisco de Assis, Santo Antonio de Pádua, São Tomás Morus,são joão Fisher, São Francisco Xavier Santo Inácio de Loyola, etc...

    Prezado toda reforma nasce de dentro para dentro da Igreja de Cristo.

    O resto é hereia!!!

    ResponderExcluir
  2. Heresia define-se como rebeldia ou oposição declarada a determinada verdade divina firmada pela Igreja, ou seja, suas convicções dogmáticas. Já desde a época primitiva deparou-se a Igreja Católica com inúmeros embustes e investidas que visavam, ora contestar, ora macular os fundamentos básicos da santa doutrina.

    A modalidade normalmente usada pelos hereges consiste primeiramente em arrebanhar adeptos dentro da própria Igreja. Para eles este é o local ideal para semear a cizânia, que vai crescendo aos pouquinhos até que finalmente toma corpo e força. A história já registrou reações implacáveis da Igreja nesse sentido e por isso não é raro identificar entre as fileiras dos traidores da causa de Cristo muitos católicos leigos, padres, religiosos e até mesmo bispos, que por orgulho, acabaram colocando não só a sua salvação em cheque, mas também a de todos os seus seguidores.

    Estando Jesus no comando e o Papa no leme desta divina embarcação, surgiram santos homens resolutos na fé que, desde a época primitiva, já identificavam com clareza o aparecimento de certas heresias. Houve momentos, porém, que renhidos combates acabaram tornando-se inevitáveis. O sangue dos mártires refletem os mais belos testemunhos de fidelidade até às últimas conseqüências. Em contrapartida, inúmeras medidas foram tomadas a fim de sufocar a infiltração de doutrinas estranhas no seio da Igreja, medidas estas diretamente proporcionais às circunstâncias de cada período histórico.

    Jesus é sempre atual: Ontem, hoje e sempre. Assim Sua doutrina, imutável, independente das crises ou fases históricas, pois que sua Palavra é eficaz e a doutrina da Igreja verdadeira, seja no passado, no presente ou no futuro. Entretanto, se hoje, testemunhar a fé já não significa o martírio de sangue, nossa responsabilidade tornou-se, por isto mesmo, infinitamente maior em relação aos Mandamentos de Deus e da Igreja. Nossa determinação como católicos praticantes é de pedir Deus a graça do discernimento, pois que o tempo é propício para o surgimento de novos cismas, de novas heresias.

    Quem estuda a história sob a ótica divina, compreende perfeitamente que a Igreja suportou o embate das heresias, dos cismas, da calúnia , da malidicência e das perseguições porque é, foi e será a única e verdadeira Igreja, o corpo do qual Jesus é a Cabeça, sendo o Papa, seu legítimo representante e fiel preservador da Sã Doutrina.

    VIVA A SANTO ANTONIO DE PADUA - TEOLOGO, PREGADOR E nomeadamente contra as heresias dos Cátaros, Patarinos e Valdenses, o que lhe valeu o título de ‘incansável martelo dos hereges’.

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