domingo, 5 de julho de 2009

Posicionamento do Conselho da Igreja referente ao Ministério Eclesiástico e homossexualidade:

Cremos, a partir do testemunho do Evangelho, que Deus ama as pessoas sem distinção. Está claro, também, que tanto as pessoas que se sentem atraídas sexualmente para o mesmo sexo como as que se sentem atraídas para o sexo oposto precisam da graça de Deus para serem salvas. Nenhuma pessoa é salva por causa do seu comportamento sexual. O apóstolo Paulo escreve:

"...Não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por causa da graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus."
(Rm 3.23)

Todos nós, sejamos pessoas heterossexuais ou homossexuais, somos justificados tão somente pela graça de Deus e pela fé que o Espírito Santo em nós opera.

Estamos conscientes e lembramos que a sexualidade faz parte da boa criação de Deus, constituindo-se numa maravilhosa dádiva divina, pela qual devemos ser sempre gratos a Deus, vivendo-a também em responsabilidade diante de Deus e do nosso próximo. Afirmamos ainda que a fé em Jesus Cristo, que queremos tornar concreta na convivência na igreja, nos leva a viver nossa sexualidade em respeito ao matrimônio e ao próximo, conforme os ensinamentos da Palavra de Deus. Por isso, em nossa conduta sexual, evitamos tudo quanto possa levar nosso irmão ou nossa irmã a tropeçar ou cair em pecado. É nesse sentido que Lutero explica o 6. Mandamento, no Catecismo Menor : "Devemos temer e amar a Deus e viver uma vida casta e decente em palavras e ações e cada qual ame e honre seu consorte."

No tocante à homossexualidade, há na atualidade em muitas igrejas um intenso debate quanto a sua natureza e quanto à correta interpretação bíblica a seu respeito. Não há entre os especialistas um consenso absoluto nem na ciência quanto à natureza da homossexualidade, nem na interpretação bíblica daquelas passagens que fazem alusão à homossexualidade. Tampouco há na IECLB ainda esse consenso. Ao contrário, as posições são, por vezes, frontalmente opostas. Esse fato requer da Igreja discernimento, não juízos, enquanto ela segue auscultando perseverantemente a Palavra de Deus. Acima de tudo, deve haver uma prática sensibilidade pastoral, tanto para com as pessoas homossexuais quanto para com as famílias e as comunidades, em cujo meio essas pessoas vivem. Há nesse particular muito sofrimento, ao qual a igreja deve sua atenção espiritual e diaconal. De modo algum devem as pessoas homossexuais ser discriminadas ou afastadas do convívio na comunidade de fé. A palavra de Deus é juízo e graça para todas as pessoas, tanto as homossexuais quanto heterossexuais. Em todas as situações e para com todas as pessoas, deve prevalecer o amor, que é o maior dos dons (1Co 13).

Sabemos que o Ministério Eclesiástico Ordenado, instituído para pregar o evangelho e administrar os sacramentos, exige daquelas pessoas que o exercem um cuidado especial no comportamento sexual, para que as suas atitudes nesta área não se tornem escândalo e empecilho para os membros da igreja. Isso vale igualmente para as pessoas heterossexuais. Ao mesmo tempo, observamos que a eficácia da pregação do Evangelho depende também da aceitação do pregador e da pregadora e do respeito que as pessoas têm por ele ou ela. Um obreiro ou um obreira que por sua maneira de ser ou de agir afronta os padrões éticos da comunidade ou cujo comportamento sexual divide a comunidade dificilmente poderá realizar um trabalho pastoral proveitoso.

Não negamos que as pessoas homossexuais, que vivem a sua condição sem causar escândalo, podem realizar um trabalho abençoado na comunidade, ao colocarem a serviço do Evangelho os dons que Deus lhes deu. Mas constatamos também que, no momento atual da Igreja, não há condições de uma pessoa homossexual praticante assumir o exercício público do ministério eclesiástico na IECLB.


(Aprovado pelo Conselho da Igreja em sua reunião de 27 a 29/04/2001.
Publicado no Boletim Informativo da IECLB 173 de 28/06/01

Um comentário:

  1. "Não negamos que as passoas homossexuais que vivem a sua condição sem calsar escândalo,podem realisar um trabalho abençoado na comunidade"

    Eu concordo com vc ,gostei muito da forma que foi colocada a questão da homossexualidade ,mais na pratica ...
    será mesmo que funciona??
    porque um homossexual já sofre muito preconceito de pessoas comuns no dia a dia
    imagine de "alguns religiosos".
    bom espero que este guadro melhore e cada ser possa ver o outro como à um semelhante.

    desculpe é que gostei muito do tema
    que não poderia deixar de comentar.

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