sábado, 23 de maio de 2009

Martinho Lutero e a Virgem Maria

Perpétua Virgindade de Maria

“Cristo era o único filho de Maria. Das entranhas de Maria, nenhuma criança além dEle. Os irmãos significam realmente ‘primos’ aqui: A Sagrada Escritura e os judeus sempre chamaram os primos de irmãos’” (Cf Martinho Lutero, Sermões sobre João 1-4, 1534-39)

“Ele, Cristo, nosso Salvador, era o fruto real e natural do ventre virginal de Maria... Isto aconteceu sem a participação de qualquer homem e ela permaneceu virgem mesmo depois disso“. (Martinho Lutero, "Sermões sobre João", cap. 1 a 4, 1537-39 d.C.).

"Virgem antes, no e depois do parto, que está grávida e dá à luz. Este artigo (da fé) é milagre divino." (Sermão Natal 1540: wa 49,182).

Mãe de Deus

“Deus não recebeu sua divindade de Maria; todavia, não segue que seja consequentemente errado afirmar que Deus foi carregado por Maria, Que Deus é filho de Maria e que Maria é a Mãe de Deus. Ela é a Mãe verdadeira de Deus, a portadora de Deus. Maria amamentou o próprio Deus; por ela é que ele foi embalado para dormir , por ela é que ele foi alimentado, etc. Para o Deus e para o Homem, uma só pessoa, um só filho, um só Jesus, e não dois Cristos. Assim como o seu filho não são dois filhos... Mesmo que tenha duas naturezas.” (Cf. Martinho Lutero, “Nos conselhos e na Igreja”, em 1539)

Mãe da Igreja

“Maria é a Mãe de Jesus e a Mãe de todos nós, embora fosse só Cristo quem repousou no colo dela... Se ele é nosso, deveríamos estar na situação dele; lá onde ele está, nós também devemos estar e tudo aquilo que ele tem deveria ser nosso. Portanto, a mãe dele também é nossa mãe.” (Cf. Martinho Lutero, , Sermão de Natal de 1529.)

Imaculada Conceição de Maria

“É uma doce e piedosa crença esta que diz que a alma de Maria não possuía pecado original; esta de que, quando ela recebeu sua alma, ela também foi purificada do pecado original e adornada com os dons de Deus, recebendo de Deus uma alma pura. Assim, desde o primeiro momento de sua vida, ela estava livre de todo pecado” ( Lutero, Sermão sobre o Dia da Conceição da Mãe de Deus de 1527 )

Intercessão de Maria

"Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat... Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amém". (Martinho Lutero, ''Comentário do Magnificat'').

Diversos

“A veneração de Maria está inscrita no mais profundo do coração humano.” (Martinho Lutero, Sermão em 1º de setembro de 1522.)

“Maria é a mulher mais elevada e a pedra preciosa mais nobre no Cristianismo depois de Cristo... Ela é a nobreza, a sabedoria e a santidade personificadas. Nós não poderemos jamais honrá-la o bastante. Contudo, a honra e os louvores devem ser dados de tal forma que não ferem a Cristo nem às Escrituras.” (Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação em 1537.)

“Nenhuma mulher é como tu! És mais que Eva ou Sara, sobretudo, pela nobreza, bem-aventurança, sabedoria e santidade!” (Martinho Lutero, Sermão na Festa da Visitação em 1537.)

“É a consolação e a bondade superabundante de Deus, o homem pode exultar por tal tesouro: Maria é sua verdadeira mãe, Jesus é seu irmão, Deus é seu Pai.” (Martinho Lutero, Sermão de Natal de 1522.)

Outros Reformadores

João Calvino

"Certas pessoas têm desejado sugerir desta passagem [Mt 1,25] que a Virgem Maria teve outros filhos além do Filho de Deus, e que José teve relacionamento íntimo com ela depois. Mas que estupidez! O escritor do evangelho não desejava registrar o que poderia acontecer mais tarde; ele simplesmente queria deixar bem clara a obediência de José e também desejava mostrar que José tinha sido bom e verdadeiramente acreditava que Deus enviara seu anjo a Maria. Portanto, ele jamais teve relações com Maria, mas somente compartilhou de sua companhia... Além disso, nosso Senhor Jesus Cristo é chamado o primogênito. Isto não é porque teria que haver um segundo ou terceiro [filho], mas porque o escritor do Evangelho está se referindo à precedência. Assim, a Escritura está falando sobre a titularidade do primogênito e não sobre a questão de ter havido qualquer segundo [filho]“. (João Calvino, "Sermão sobre Mateus", publicado em 1562).


"Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus."
(Calvino, Comm. Sur l'Harm. Evang., 20)

Zwinglio

“Creio firmemente que Maria, conforme as palavras do Evangelho que afirmam que de uma Virgem nos nasceria o Filho de Deus, permaneceu sempre pura e intacta Virgem durante e depois do nascimento de seu Filho. Também acredito firmemente que ela foi por Deus exaltado acima de todas as criaturas bem-aventuradas (sobre os homens e anjos) na eterna bem-aventurança." (Ulrich Zwinglio, citado em "Corpus Reformatorum" v.1, p.424).


Zvinglio: "Quanto mais crescem a honra e o amor de Cristo entre os homens, tanto mais crescem também a estima e a honra de Maria, que gerou para nós um tão grande e propício Senhor e Redentor" (ZO 1,427s).

John Wesley

"Creio que [Jesus] foi feito homem, unindo a natureza humana à divina em uma só pessoa; sendo concebido pela obra singular do Espírito Santo, nascido da abençoada Virgem Maria que, tanto antes como depois de dá-lo à luz, continuou virgem pura e imaculada." (John Wesley, fundadador da Igreja Metodista, em carta dirigida a um católico em 18.07.1749)



Heinrich Bullinger, sucessor de Zvinglio, testemunhou:

"Cremos que o corpo puríssimo da Virgem Maria, Mãe de Deus é templo do Espírito Santo... foi levado pelos anjos ao céu".

Conclusão

Os mestres da Reforma foram muito mais fiéis na veneração a Maria do que os seus discípulos, "reformadores da Reforma do século XVI". Todavia no protestantismo contemporâneo nota-se uma volta às origens, da qual vai aqui transcrito um espécimen, tirado de um Catecismo luterano:

"Maria faz parte do Evangelho... É apresentada como aquela que ouviu de maneira exemplar a palavra de Deus, como a serva do Senhor que diz Sim à palavra de Deus, como a cheia de graça que por si mesma nada é, mas que é tudo por bondade de Deus. É, com efeito, o modelo original dos homens que se abrem a Deus e se deixam enriquecer por Ele, o modelo original da comunidade dos fiéis, da Igreja... 'Concebido por obra do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria': é uma verdade que confessamos de Jesus; conseqüentemente, confessamos também que Maria é a Mãe de Nosso Senhor" (Evangelischer Erwachsenenkatechismus, sob a direção de W. Jehtsh, Gütersloh).


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